A Academia Multichoice Talent Factory (MTF), com sedes em Lagos (Nigéria), Nairobi (Quénia) e Lusaka (Zâmbia), forma anualmente mais de 60 profissionais qualificados para o cinema e televisão, abrindo portas a talentos angolanos que ambicionam mudar o futuro da sétima arte em Angola e em África.
Esta iniciativa surge para responder ao enorme potencial artístico e cultural inexplorado do continente, transformando-o em crescimento económico através do apoio a jovens talentosos e da promoção de narrativas africanas autênticas.
Para Nazaré Gaspar, conhecida artisticamente por Nark Luenzi, angolana e antiga aluna da Academia MTF da Zâmbia, a formação foi um divisor de águas. “Para além da experiência prática essencial, a minha formação proporcionou-me uma rede continental, que me preparou para liderar projectos, colaborar com produtores internacionais e desenvolver uma visão própria para o cinema em África”, afirmou. A artista defende uma indústria “mais autónoma, ousada e comprometida com narrativas autênticas, liderada por africanos”.
O caminho, no entanto, não é isento de desafios. Os criadores debatem-se com a dificuldade de acesso aos mercados internacionais. Iniciativas como a MTF são fundamentais para fornecer ferramentas que vão além do talento inato. Justino de Carvalho, outro angolano formado pela academia, testemunha este impacto. A experiência, que não estava nos seus planos iniciais, tornou-se “uma porta de entrada para concretizar os seus sonhos”. “Esta experiência não só me tornou mais responsável, mas também mudou a minha perspectiva sobre o cinema, que agora encaro como um compromisso sério e uma actividade empresarial”, explicou.
Para além das competências técnicas, como coloração, iluminação e design de som, a academia fornece um elemento crucial para o sucesso: uma rede de contactos sólida. Adilson Famoroso, actor e cineasta angolano e alumni do programa, realça a importância de se aprender todo o processo, incluindo a distribuição. “Não se pode fazer um filme sem saber onde distribuí-lo ou vendê-lo”, defende. Famoroso não tem dúvidas: “A Academia MTF é o melhor programa de formação de talentos em África”.
Esta aposta no talento local está perfeitamente alinhada com a estratégia de conteúdo hiperlocal da MultiChoice, que já acumulou um arquivo impressionante de mais de 84.000 horas de produção africana para os seus canais (como Africa Magic, Zambezi Magic, Kwenda Magic e Maningue Magic) e para a plataforma de streaming Showmax.
O objetivo final vai além do entretenimento. Para Famoroso, o conhecimento adquirido deve ser partilhado para educar. “Tento usar a nossa história, as nossas histórias angolanas... Vejo o cinema como uma forma de educar as antigas e as novas gerações”, concluiu.
Com uma nova geração de criadores a ser equipada com ferramentas técnicas, de negócio e de networking, o futuro do cinema angolano ganha novos contornos e uma projeção promissora no panorama audiovisual africano

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