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Angola em corrida contra o tempo para sair da "lista cinzenta" até 2027

Adnardo Barros
12/12/2025
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Foto:
DR

O secretário de Estado da Justiça e director da UIF reafirmam compromisso de reforçar a legislação de combate ao branqueamento de capitais.

Angola pretende sair da “lista cinzenta” de monitorização reforçada do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) até Janeiro de 2027, através da implementação de diplomas legais que reforcem a conformidade do país no combate às falhas do sistema de prevenção ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo.

O compromisso foi reafirmado esta quinta-feira pelo secretário de Estado da Justiça, Osvaldo Amaro, e pelo director da Unidade de Informação Financeira (UIF), Alberto Capeça, durante a Reunião Ordinária do Comité de Supervisão da UIF, em Luanda.

No centro da estratégia está a revisão urgente de diplomas legais. Em discussão estão alterações pontuais à Lei do Branqueamento de Capitais, Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição Massiva. O foco, segundo Osvaldo Amaro, é garantir que o crime de branqueamento seja tipificado e punido de forma autónoma, sem depender da condenação pelo crime-base que originou os fundos.

“Temos vindo a articular a conformidade técnica, relativa à legislação, com a sua implementação prática”, afirmou o secretário de Estado, destacando também a importância da recente Lei do Beneficiário Efectivo, já apreciada pelo Conselho de Ministros.

Por seu lado, o director da UIF, Alberto Capeça, garantiu que o país está “no bom caminho” e que há um compromisso de “todas as forças vivas” para cumprir o calendário. Já foram concluídas e aprovadas a avaliação de risco de financiamento do terrorismo e a avaliação de risco do beneficiário efectivo. Até breve, estará pronta a avaliação das organizações sem fins lucrativos.

Paralelamente, decorre um amplo programa de formação de quadros com especialistas internacionais de países como Uganda, Quénia, Brasil, Portugal e Estados Unidos. “A formação tem sido intensiva, com o objectivo de implementar medidas de mitigação eficazes”, referiu Capeça.

Angola já apresentou progressos ao GAFI em duas ocasiões este ano, em Abril, na Tanzânia, e em Setembro, em Moçambique. O país corre agora contra o tempo para, nos próximos dois anos, implementar as mudanças necessárias e recuperar a credibilidade plena do seu sistema financeiro perante a comunidade internacional.