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Balança comercial entre Moçambique e Zimbabué continua negativa em 3% desde 2018

Hermenegildo Langa
24/11/2025
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Foto:
DR

Os dados foram apresentados neste sábado (22), em Maputo, durante o Fórum de Negócios Moçambique– Zimbabué.

A balança comercial entre Moçambique e Zimbabué continuou negativa em 3% para o lado moçambicano, entre 2018 e meados de 2024, apesar da proximidade geográfica e dos laços históricos dos dois países. Durante o período em análise, Moçambique exportou para o Zimbabué cerca de 890 milhões de dólares (56,2 mil milhões de meticais), enquanto os zimbabueanos importaram apenas 161 milhões (10,1 mil milhões de meticais).

Os dados foram apresentados neste sábado (22), em Maputo, durante o Fórum de Negócios Moçambique– Zimbabué, encontro que reuniu empresários, investidores e representantes governamentais para identificar novas oportunidades de parceria e promover o desenvolvimento económico conjunto.  

Na ocasião, o presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique considerou que as trocas comerciais permanecem aquém do potencial, apesar da proximidade geográfica e dos laços históricos, destacando que na última década, os investimentos zimbabueanos no país se limitaram a 46 projectos avaliados em 151 milhões de dólares, equivalente a 9,5 mil milhões de meticais.

“Vivemos um momento decisivo. As relações bilaterais entre Moçambique e Zimbabué têm potencial para crescer muito mais. Apesar da proximidade geográfica e laços históricos profundos, o comércio e os investimentos entre os nossos países ainda não reflectem plenamente esse potencial”, afirmou Álvaro Massingue.

O presidente da CTA considerou o fórum “uma plataforma estratégica para transformar potencial em resultados concretos” e defendeu maior dinamização dos organismos de promoção de investimentos e exportações, com enfoque especial na facilitação de negócios transfronteiriços.

“Os dados mostram que, o comércio e os investimentos entre os dois países ainda não reflectem plenamente o seu potencial, apesar dos 1200 quilómetros de fronteira partilhada e de relações históricas consolidadas”, acrescentou.

Para o efeito, o presidente da agremiação empresarial moçambicana identificou, igualmente, potenciais oportunidades de investimento para os dois países através de joint ventures e cadeias de valor integradas, sobretudo o agro-processamento, indústria transformadora, energia, turismo e logística. “Ao tornar estes corredores mais eficientes, reduzir custos logísticos, simplificar processos aduaneiros e digitalizar os portos, estamos a construir não apenas para Moçambique, mas para toda a SADC”, afirmou.

Partilhando a mesma ideia, o Secretário de Estado do Comércio em Moçambique, António Grispos, reforçou a importância da cooperação bilateral, recordando que “Moçambique dispõe de 35 milhões de hectares de terras aráveis, abundantes recursos naturais e infra-estruturas logísticas que favorecem o acesso ao mar para países sem litoral”.

António Grispos destacou também que os investidores zimbabueanos podem beneficiar de isenções aduaneiras e fiscais, bem como de protecção legal, incluindo propriedade intelectual.