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Banco BIC disponível para financiar projectos de pequenos produtores

Cláudio Gomes
24/8/2020
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Foto:
Carlos Aguiar

O banco tem disponibilidade para financiar projectos de pequenos produtores, mas têm de estar tecnicamente bem elaborados, disse o director do BIC AGRO, Jorge Gomes Veiga.

Segundo o gestor, que interveio como prelector no debate promovido recentemente, em Luanda, pela revista Economia & Mercado (E&M), a instituição bancária está disponível para apoiar projectos tutelados por empresários competentes, que queiram inovar, que tenham uma equipa técnica para apoiar na fase de implementação.

“À estes, estamos disponíveis para apoiar”, sublinhou, salientando que os bancos têm regras de prudência e precisam calcular os riscos. Aliás, acrescentou, por norma, além dos capitais próprios, o dinheiro dos bancos são dos depositantes dos bancos.

Por esta razão, disse Jorge Gomes Veiga, aludindo a necessidades de se melhorar a qualidade das propostas de solicitação de crédito, é necessário que sejam acautelados os procedimentos devidos antes de conceder qualquer financiamento para que não haja problemas de imparidade no futuro.

“Não podemos andar a distribuir o dinheiro”, disse, enquanto intervinha no segundo painel de debate da conferência que abordou a situação da “Segurança Alimentar, Alterações Climáticas e Gestão de Recursos Naturais no Contexto da Covid-19”, enquadrada no ciclo de “Conferência E&M”. 

O director do BIC AGRO disse, igualmente, que o banco não tem pequenos projectos em sua posse. “Qualquer projecto tem um pedido de quatro, cinco ou seis milhões de dólares”, lamentou, visivelmente desiludido, apelando que os empresários apresentem propostas de pequenos e médios projectos interessantes, estimados até 500 milhões de kwanzas.

“Para nós, que somos um banco comercial, teríamos alguma dificuldade de chegar à agricultura familiar, mas podemos apoiar as pequenas empresas”, assegurou, alertando, no entanto, que operações do género não deverão ser viabilizadas para empresas que tenham, por exemplo, um capital social de 100.000 kwanzas e que queiram “solicitar um crédito de cinco milhões de dólares”.

Por outro lado, Jorge Gomes Veiga disse que este ano, por exemplo, o banco já aprovou 10 projectos que somam qualquer coisa como 31,8 mil milhões de kwanzas, nos sectores da agricultura, pesca, agro-indústria, no âmbito do aviso 10 de 2020 do Banco Nacional de Angola (BNA).

Ainda em termos de concessão de créditos, o interlocutor disse que o banco BIC validou, já em 2019, 26 projectos avaliados em 33,4 mil milhões de kwanzas, dos quais, em termos de desembolso, atingiu 20,3 mil milhões de kwanzas.

Referindo-se ao Angola Investe, o director do BIC AGRO disse que foi uma boa iniciativa, mas ressalta que “o único problema que se coloca tem que ver com os bancos conseguirem serem ressarcidos pelo Estado, das bonificações dos juros que financiaram, que têm registado algum atraso”. 

“Tivemos 74 projectos no Angola Investe e tivemos cinco que, de facto, correram mal e que em valor não chegaram sequer a 2% do total que foi financiado pelo banco”, citou a título de exemplo.