A próxima reunião do Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA), agendada para os dias 20 e 21 de Maio de 2025, tem divergido as opiniões dos especialistas sobre aquela que deve ser a melhor decisão, numa altura em que se assiste a uma redução das pressões inflacionistas.
Com a inflação a abrandar pela quinta vez consecutiva e com a previsão de crescimento económico de 4,1%, os economistas e analistas são quase unânimes em que o Banco Central manterá uma posição mais cautelosa até ao final do primeiro semestre.
O consultor Maximiano Muende antevê que o BNA vai continuar a gizar medidas de política monetária que restrinjam a oferta de moeda no mercado, em função do valor da moeda nacional.
“O BNA simplesmente não reúne todos os instrumentos que possam influenciar a inflação para baixo. Portanto, há uma componente monetária da inflação e, obviamente, uma componente real da inflação. Existe ainda uma componente de bens e serviços que o banco pouco ou nada tem de instrumentos para influenciar” ,afirmou.
“Começamos a entrar numa época em que se verificam os aumentos dos rendimentos nominais por via das compensações salariais e dos subsídios, o que significa que o esforço do BNA terá de ser ainda maior, em colaboração com outras instituições públicas, para, de facto, garantir a estabilidade de preços e da moeda”, acrescentou o consultor.
Partilha da mesma opinião um economista que pediu anonimato, prevendo que as taxas se mantenham no ritmo actual
“A inflação está a desacelerar, mas as incertezas no comércio mundial podem condicionar a decisão. Existem riscos consideráveis que podem pressionar os níveis de preços em Angola”, referiu o economista, acrescentando ainda que uma mudança na taxa de juro deverá colocar pressão adicional sobre a capacidade de o Estado se financiar.
Há quem acredite que é a altura certa para estimular a economia, em função dos últimos dados macroeconómicos
“O aumento na oferta de crédito à economia nos primeiros meses pode ser mais eficiente se a taxa de juro for mais atractiva para relançar a economia” enfatizou outro economista.
Na última reunião do CPM, realizada a 18 de Março de 2025, a equipa de Manuel António Tiago Dias decidiu manter a taxa BNA e a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez em 19,4% e 20,5%, respectivamente.
E reduziu a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez para 17,5%, para sinalizar a necessidade de uma maior dinâmica no mercado monetário interbancário.

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