O banco central do Botswana aumentou a sua principal taxa de juro em 160 pontos-base, numa tentativa de reduzir a diferença em relação às taxas de empréstimo praticadas pelos bancos comerciais.
A medida, tomada nesta quinta-feira, 30, surge na sequência de uma crise de liquidez provocada pela recessão económica que o país enfrenta.
Com esta decisão, a taxa de política monetária daquele país da África Austral passa para 3,5%, acima da taxa anterior de 1,9%, como escreve esta sexta-feira, 31, o Diário Económico (DE).
Segundo a instituição, o ajustamento visa corrigir desequilíbrios no sistema financeiro e reforçar a eficácia da política monetária, garantindo maior estabilidade ao sector bancário.
A economia do Botswana contraiu-se no último ano e prevê-se nova contracção este ano, devido à prolongada recessão no mercado global de diamantes — principal fonte de exportação e de receitas do país. De acordo com o DE, a situação tem afectado o crescimento económico e agravado a escassez de liquidez no sistema financeiro.
Na notícia consultada pela Economia & Mercado, o DE explica que, de acordo com a maior instituição financeira daquele país, o aumento da taxa deverá melhorar a transmissão da política monetária, uma vez que os bancos comerciais vinham elevando as suas taxas de juro devido à diminuição da liquidez.
Acrescenta que a redução nas vendas de diamantes e o aumento do endividamento do governo para cobrir o défice orçamental contribuíram para agravar a pressão financeira.
O governador do banco central, Cornelius Dekop, afirma que os bancos foram instruídos a não aumentarem novamente as suas taxas básicas de juro, além de explicar destacar que a prioridade passa pela necessidade de estabilizar o sistema financeiro e restaurar a confiança dos investidores, mantendo o equilíbrio entre crescimento e controlo da inflação.
Neste mês, a agência de notação financeira Moody’s rebaixou a classificação soberana do Botswana, citando as dificuldades do governo em adaptar-se à retracção da indústria mundial de diamantes e ao aumento da dívida pública.
O banco central prevê agora que a inflação suba de uma média de 2,7% este ano para 5,9% em 2026, reflectindo as pressões externas e internas sobre a economia.

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