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Crédito bancário atinge recorde, mas persistem os desafios da diversificação

Adnardo Barros
18/7/2025
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Foto:
DR

Especialistas alertam: o foco excessivo na dívida pública pode sufocar o financiamento a sectores vitais para a diversificação, como PME, infra-estruturas e projectos não-petrolíferos.

O sector bancário angolano injectou um recorde de 6,3 biliões de kwanzas na economia nacional até Abril de 2025, revelando um crescimento robusto face ao mesmo período do ano anterior (33,6%) e uma subida de 5% comparativamente a Dezembro de 2024. 

Os dados, compilados pela E&M com base em informações do Banco Nacional de Angola (BNA), destacam um dinamismo financeiro, mas expõem assimetrias críticas no acesso ao crédito e na diversificação económica.

Motor de crescimento, mas com desequilíbrios

Este crescimento histórico, impulsionado pelas políticas do BNA – nomeadamente o Aviso n.º 10/2022 – viu o crédito bruto ao sector real atingir 1,6 biliões de kwanzas. Deste montante, 85,54% (1,3 biliões) foi concedido ao abrigo deste aviso regulatório, representando 17,3% da carteira total de crédito do sistema. 

BIC afirma liderança, pequena banca cresce a dois dígitos

No panorama institucional, o Banco BIC reafirmou a sua posição de líder em 2024, concedendo cerca de 771 mil milhões de kwanzas em crédito. O pódio foi completado pelo Banco de Fomento Angola (BFA), com 730 mil milhões, e pelo Banco Angolano de Investimentos (BAI), com 707 mil milhões.

A pequena banca demonstrou vitalidade impressionante: Banco Valor (BVB), Banco Comércio e Industrial (BCI), Banco Comercial Angolano (BCA) e YETU registaram crescimentos superiores a 80% nas suas carteiras de crédito em 2024. Em termos de variação líquida absoluta, BAI, KEVE, BFA, BIC e YETU destacaram-se com aumentos combinados superiores a 733 mil milhões de kwanzas face a 2023.