O crédito ao sector privado registou uma expansão de 14,4%, mais 860,2 mil milhões de kwanzas entre Maio de 2024 e Maio de 2025, o que elevou para 6,8 biliões de kwanzas do montante total. Os dados constam da Nota de Informação Estatística sobre o Crédito divulgado pelo Banco Nacional de Angola.
A análise sectorial realizada pela E&M revela que as empresas não financeiras foram as principais impulsionadoras do crescimento da dívida, com um aumento de 17,2%, contabilizando os 5,3 biliões de kwanzas. No caso das famílias, o endividamento subiu 5,5%, com um acréscimo de 77,6 mil milhões de kwanzas, a ascender 1,5 biliões de kwanzas.
Um especialista consultado pela E&M referiu que o actual cenário macroeconómico, com taxas de juro de 19% e uma inflação elevada, exerce pressão adicional sobre os devedores, aumentando o risco de incumprimento.
"Muitas empresas estão a contrair empréstimos não para expandir, mas sim para manter a actividade", explicou um economista do sector bancário, que preferiu não ser identificado.
Quanto ao endividamento das famílias, o mesmo economista alertou que, embora o crescimento seja menor do que no sector empresarial, este aumento ocorre num contexto de desaceleração do consumo e perda de poder de compra, o que poderá levar a um agravamento da taxa de incumprimento nos próximos trimestres.