Sem comunicação não existiria sociedade humana. E, ao falar dos cinquenta anos de independência de Angola, é inevitável abordar a comunicação, particularmente as Telecomunicações, o meio tecnológico que permite ligar pessoas e instituições a longas distâncias e, em muitos momentos, assegurou a própria sobrevivência da nação.

O PERÍODO PRÉ-INDEPENDÊNCIA E AS BASES LANÇADAS

A história começa ainda antes de 1975. O III Plano de Fomento do Estado Novo (1968-1973) delineava o futuro das infra-estruturas de telecomunicações que deveriam sustentar a industrialização de Angola, num contexto em que Portugal se preparava para aderir à CEE. O crescimento do petróleo alimentava a ambição de modernizar o sector, até então limitado à rede nacional dos CTT (Correios, Telégrafos e Telefones).

O plano previa a modernização com centrais de comutação analógicas, sistemas de telex automáticos, transmissão por micro-ondas e multiplex, além da instalação da estação terrestre de satélite da Funda, que conectaria Angola ao mundo. O projecto tinha dois pilares empresariais: os CTT que dá origem à ENATEL, responsável pela rede nacional, e a CPRM que dá origem à EPTEL, responsável pelas comunicações internacionais. Estas duas empresas, EPTEL e ENATEL, criadas no quadro de uma economia socialista, têm a missão de garantir as telecomunicações durante os primeiros anos da independência.

DO 11 DE NOVEMBRO 1975 A 1992: O PALCO QUENTE DA GUERRA FRIA

O pós-independência, iniciado em 1975, foi marcado por instabilidade. O processo de descolonização, após a Revolução dos Cravos, foi abrupto. Com as tensões da guerra fria entre os blocos a agudizam-se, Angola transforma-se no palco quente da guerra fria com uma guerra civil violenta que destruiu parte das infra-estruturas, interrompeu a modernização e colocou os engenheiros e técnicos angolanos perante um desafio enorme: manter viva a rede existente.

Leia este texto na íntegra na edição 'Especial Independência' da revista Economia & Mercado, disponível nas bancas.