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Executivo mobiliza mais de 700 milhões USD para contrapor fenómeno de crianças fora do sistema escolar

Victória Maviluka
29/8/2025
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DR

PR explicou que o investimento compreende não apenas a construção e reabilitação de infra-estruturas, mas, também, a formação e admissão de profissionais da educação.

O Presidente da República, João Lourenço, anunciou, nesta sexta-feira, 29,  em Luanda, que o Executivo disponibilizou para este ano e os próximos dois anos mais de 700 milhões de dólares para combater o fenómeno de milhares de crianças fora do sistema do ensino em todo o País.

Ao discursar na abertura da I Conferência Nacional sobre o Capital Humano, o governante referiu que, para cobrir o défice de escolas públicas do ensino de base, o Estado disponibilizou, este ano, 199 milhões de euros para atender às províncias de Luanda e de Icolo e Bengo.

“Decidimos, ainda, mobilizar mais 500 milhões de dólares para a construção, nos próximos dois anos, de escolas do ensino de base em todo o país, para inverter o quadro vigente de crianças fora do sistema de ensino, mesmo tendo consciência que a demanda é cada vez mais crescente”, acrescentou.

O Titular do Poder Executivo explicou que este investimento compreende não apenas a construção e reabilitação de infra-estruturas, mas, também, a formação e admissão de profissionais da educação.

Apesar de reconhecer que o País ainda enfrenta “enormes desafios pela frente”, João Lourenço disse que são inegáveis os progressos que Angola tem registado ao longo dos 50 anos no acesso à educação e ao ensino.

Especificou que, antes da nossa Independência, a taxa de analfabetismo entre os angolanos era de 85%. Ao longo destas cinco décadas, referiu, a taxa de analfabetismo reduziu consideravelmente, correspondendo hoje a 24% da população acima dos 15 anos e com maior incidência nas mulheres e nas comunidades rurais, havendo a necessidade de reforço das tarefas de alfabetização para a erradicação do analfabetismo em todo o País.

“Cerca de 85% das escolas públicas já disponibilizam a classe de Iniciação, cuja taxa bruta de escolarização atingiu os 64,4% no ano lectivo 2024/2025. A taxa de conclusão do ensino primário ainda não nos satisfaz, porquanto, no ano lectivo 2024/2025, não ultrapassou os 61%”, realçou.

PR sublinha a necessidade de reforço das tarefas de alfabetização para a erradicação do analfabetismo em todo o País

O Presidente da República afirmou que a frequência no Ensino Secundário em Angola tem vindo a aumentar, mas admitiu que as taxas brutas de escolarização, neste nível de ensino, ainda são baixas.

No ano lectivo 2024/2025, no I Ciclo do Ensino Secundário, detalhou, foi de 61% e no II Ciclo do Secundário, 35%, o que, na sua óptica, limita o crescimento da população estudantil no ensino superior, cuja taxa bruta de escolarização aproxima-se dos 8%.

“Como resultado da explosão demográfica, temos milhares de crianças fora do sistema de ensino ou a estudar em instalações inadequadas para se ministrarem aulas. O ensino privado e das escolas de Igrejas reconhecidas tem sido de uma grande valia na cobertura das lacunas deixadas pelo ensino público”, declarou João Lourenço.