A África do Sul reduziu a sua meta de inflação de 6% para 3%, a primeira alteração em 25 anos, com o objectivo de, a longo prazo, diminuir as expectativas inflacionistas e criar espaço para taxas de juro mais baixas, afirmou nesta quarta-feira, 12, o ministro das Finanças, Enoch Godongwana.
Citado pelo Diário Económico (DE), o governante explicou que a nova meta contará com uma margem de tolerância de um ponto percentual para cima ou para baixo, acrescentando que a implementação será gradual, ao longo de dois anos, permitindo tempo de ajuste para o banco central daquele país, bem como para empresas e sindicatos.
A nova faixa de tolerância foi concebida para oferecer flexibilidade diante de choques inflacionistas inesperados, informou o Ministério das Finanças em conjunto com o banco central. Ambas as instituições sublinharam que a transição deverá ser cuidadosamente gerida para assegurar a consolidação orçamental a longo prazo.
“A transição para a nova meta mais baixa deverá ser cuidadosamente gerida, de modo a garantir que o Governo mantenha os seus objectivos de consolidação orçamental a longo prazo”, declarou Enoch Godongwana.
O governador do banco central, Lesetja Kganyago, tem defendido há muito tempo a redução da meta, considerando que a faixa anterior era pouco competitiva e desalinhada com os padrões internacionais.
De acordo com a directora de pesquisa para África e Médio Oriente do Standard Chartered, Razia Khan, o ajuste reforça o compromisso do Executivo sul-africano com as reformas e permitirá reduções nas taxas de juro na próxima reunião de política monetária.
A revisão orçamental revelou ainda que o Tesouro prevê um défice consolidado ligeiramente menor, fixando-o em 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB), contra os 4,8% estimados em Maio.
“Contudo, a medida poderá ter impactos mistos a curto prazo, travando o crescimento económico e a arrecadação de receitas, embora reduza os encargos da dívida. O Tesouro projecta que a relação dívida/PIB estabilize em 77,9%, acima dos 77,4% estimados em maio, e que o crescimento económico seja revisto em baixa para 1,2% em 2025 e 1,5% em 2026, face às previsões anteriores de 1,4% e 1,6%, respetivamente", lê-se.

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