O Governo moçambicano aprovou, esta semana, novos preços de referência para a exportação da castanha de caju, ajustando os valores em linha com a recuperação das cotações internacionais.
A decisão foi tomada na segunda Sessão do Comité de Amêndoas, realizada esta terça-feira (09) em Maputo, com a participação de representantes do Instituto de Amêndoas de Moçambique (IAM), indústria, sindicatos e associações comerciais.
Segundo a nova tabela, a castanha de 46 libras passa a ser exportada a 1250 dólares por tonelada, enquanto a de 53 libras sobe para 1440 dólares por tonelada. Trata-se de um reajuste que representa um aumento que varia entre 13 a 19% comparativamente a campanha 2024/25, período em oscilaram entre 1052 e 1268 dólares por tonelada.
Para o director-geral do IAM, Ilídio Bande, “os novos valores reflectem a dinâmica do mercado internacional e a necessidade de garantir maior equilíbrio na cadeia”.
Recorde-se que a campanha de exportação abre oficialmente a 19 de Dezembro, tendo já garantido o abastecimento à indústria nacional. Para 2025/26, Moçambique prevê exportar cerca de 60 mil toneladas, das quais 45 mil toneladas já estão asseguradas.
Estimular a cadeia
Nos últimos anos, Moçambique tem vindo a evidenciar uma evolução significativa da cadeia de caju, tendo na campanha de comercialização de castanha de caju 2024–2025 registado um marco relevante, com a venda de aproximadamente 195 400 toneladas, valor que se aproxima do recorde histórico de 200 000 toneladas atingido na década de 1970, quando o país liderava a produção mundial da cultura.
Para estimular a produção, o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas de Moçambique (MAAP) anunciou um novo Programa de Desenvolvimento da Cadeia de Valor do Caju para a década 2025–2034, cujo objectivo é transformar a indústria da amêndoa num sector competitivo, sustentável e gerador de emprego, sobretudo para jovens e mulheres.
Avaliado em pouco mais de 374 milhões de dólares, o programa será implementado em todo o país, com excepção da cidade de Maputo, e visa fortalecer a investigação, o fomento, à extensão rural, a comercialização e o processamento do caju, de modo a aumentar a produção, a renda dos produtores e o número de empregos directos e indirectos.
“Industrializar o caju significa gerar mais postos de emprego para jovens e mulheres. Pretendemos fazer com que a indústria funcione sem grandes intervenções do Estado”, afirmou o ministro moçambicano da Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Albino, sublinhando que uma das reformas-chave será a privatização da produção de mudas e da gestão dos viveiros.
O Programa 2025–2034 prevê quadruplicar a produção nacional, dos actuais 158 mil para mais de 689 mil toneladas. Por outro lado, a meta prevê aumentar a assistência técnica de 230 mil para mais de 600 mil produtores, e expandir a capacidade de processamento de 40 mil para mais de 482 mil toneladas.
Outra meta central anunciada é a consolidação do processo de digitalização do sector, de modo a melhorar a rastreabilidade, transparência e eficiência da cadeia de valor.
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