O Governo moçambicano e a petrolífera italiana Eni assinaram esta quinta-feira (02), em Maputo, a Decisão Final de Investimento (DFI) do projecto Coral Norte, localizado na Área 4 da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado. Avaliado em 7,2 mil milhões de dólares (456 mil milhões de meticais), o empreendimento que é o segundo projecto de gás natural a arrancar no Norte de Moçambique, deverá gerar mais de 23 mil milhões de dólares (1,4 biliões de meticais) em receitas fiscais e contribuições ao longo dos próximos 30 anos.
Durante a cerimónia da assinatura da DFI, o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, classificou o projecto como um marco histórico para o país, destacando que “o Coral Norte não é apenas um projecto de engenharia, mas uma obra de esperança para o povo moçambicano, e que chega numa altura em que o país enfrenta desafios macroeconómicos e sociais importantes”.
Na sua intervenção, o estadista moçambicano disse esperar que o projecto do Coral Norte seja um pilar de estabilidade económica e social de Moçambique, catalisador de industrialização e instrumento de prosperidade inclusiva entre os moçambicanos, lembrando “que o Coral Sul, em operação desde 2022, colocou Moçambique entre os pioneiros na produção flutuante de gás natural liquefeito (GNL) em águas profundas”.
“Esperamos que o Coral Norte venha consolidar esse estatuto, elevando o país ao patamar de actor global no sector energético. Mas o sucesso deste empreendimento depende também da nossa capacidade de geri-lo com responsabilidade, competência, humildade, transparência e, sobretudo, boa governação”, ressalvou.
O Coral Norte será desenvolvido pelos parceiros da Área 4 da Bacia do Rovuma, nomeadamente a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Eni, CNPC, Kogas e XRG, que constituem o consórcio responsável pelo projecto.
O projecto terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de GNL por ano e 4300 barris diários de condensado, tornando Moçambique no 14.º maior exportador mundial e no 4.º em África, com ambição de ascender ao 3.º lugar, atrás apenas da Nigéria e da Argélia. O Governo assegurou que 25% do gás será destinado ao mercado interno e que 100% do condensado ficará sob gestão da ENH).
Na ocasião, o CEO da ENI, Claudio Descalzi descreveu o Coral Norte FLNG, como “o grande projecto” e que vem depois do Coral Sul, que permitirá aumentar para 39 mil milhões de dólares a receita estimada para a vida útil dos dois empreendimentos. “Então, esse foi um dos principais temas que discutimos em termos de impacto positivo para a população, sobretudo em termos de rendimentos para o país”, referiu.
Entre os avanços registados, Descalzi destacou o aumento substancial do investimento no conteúdo local, que passa de 800 milhões para 3 mil milhões de dólares, além da duplicação dos postos de trabalho. “E também duplicamos o emprego. Então, são todas boas notícias”, afirmou, enfatizando a relevância da criação de oportunidades para os jovens moçambicanos.
Claudio Descalzi destacou ainda a relação de confiança e cooperação estabelecida com as instituições moçambicanas, considerando que “esta é a chave para o sucesso dos investimentos”.
“A aprovação da DFI do Coral Norte representa não apenas uma expansão dos investimentos da ENI em Moçambique, mas também uma nova fase de oportunidades económicas e sociais para os próprios moçambicanos”, concluiu.

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