A dívida pública em África deverá descer de 62,5%, registado no ano passado, para 62,1% este ano (uma redução de 0,4%), segundo a projecção feita pela Organização das Nações Unidas (ONU), no seu Relatório Económico sobre África(REA), destacando que esta queda não chega para eliminar a crise da dívida que muitos países da região enfrentam.

Segundo a ONU, a política orçamental em África está “a voltar ao normal”, no entanto, o relatório alerta que os pagamentos significativos de dívida este ano, bem como os actuais desafios financeiros poderão obrigar os países a reduzirem despesas públicas essenciais com vista a direccionarem recursos para o serviço da dívida, o que pode perpectuar o ciclo de endividamento.

“Apesar da ligeira queda, os níveis de dívida ainda estão elevados e são comparáveis aos valores registados antes das iniciativas de alívio da dívida em meados dos anos 2000”, refere o relatório.

O documento refere ainda que as vulnerabilidades nos vários países africanos permanecem elevadas, demonstradas pelo aumento das taxas de juro, volatilidade das finanças públicas, acumulação de atrasos nos pagamentos e um prolongado impacto dos choques externos.

No geral, o relatório aponta para os países da região Norte de África com maiores rácios de dívida face ao Produto Interno Bruto (PIB),com 76%, seguida da África Austral, onde está Angola e Moçambique, com 70,7%, sendo a África Oriental a região menos endividada, com uma dívida pública situada nos 39,2%.