António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), mostrou-se perplexo, nesta segunda-feira, 24, em Luanda, com o facto de, na actual conjuntura política mundial, África não gozar de um representante permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Ao intervir na Assembleia Nacional, o diplomata português afirmou que esta ausência contrasta com a realidade africana: um continente a caminho dos dois biliões de habitantes, tendo grande parte das missões de paz das Nações Unidas lugar em África.
Guterres recordou que grande parte dos objectivos das reformas que são propostos a nível das Nações Unidas, não apenas em matéria política, mas também em relação às instituições financeiras internacionais, vai no sentido dos interesses do continente africano.
“É fundamental dar voz ao continente africano, em todas as instituições, e a mais óbvia de todas é o Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde é, de facto, um escândalo que a África não tenha uma representação a nível de membros permanentes”, afirmou.
O líder da ONU, que se encontra na capital angolano no quadro da VII Cimeira União Africana-União Europeia, observou que a falta de um assento africano como membro permanente do Conselho de Segurança da organização internacional “é injustificável e tem que ser corrigido o mais depressa possível”.
O Conselho de Segurança da ONU é o órgão principal da organização para a manutenção da paz e segurança internacionais. É composto por 15 membros: 5 permanentes (China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos) e 10 não-permanentes, eleitos para mandatos de dois anos, tendo como responsabilidades também a mediação de conflitos, a imposição de sanções e a autorização do uso da força.

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