A produção pesqueira em Moçambique cresceu 10,3% no primeiro semestre deste ano para 240 398 toneladas, impulsionada pela aquacultura, segundo dados do relatório de execução orçamental do Estado.

Citado esta sexta-feira, 23 de Agosto, pela agência Lusa, os dados do governo moçambicano dizem que se trata de 46% do total da meta de 522 671 toneladas, entre pesca e aquacultura, definidas para 2024.

A aquacultura industrial, que quase duplicou (80,3%) o volume face ao mesmo período de 2023, para 5132 toneladas, 52,5% da meta para todo o ano de 2024, foi a que mais cresceu de Janeiro a Junho

Segundo o documento, este crescimento foi influenciado pela contabilização do caranguejo vivo e de lagosta viva, capturadas nas águas marítimas e mantidas nos estabelecimentos de produção para exportação, bem como por uma iniciativa de produção de algas marinhas na província de Nampula.

Em termos de volume, os dados dizem que a pesca artesanal continuou a liderar, com 225 285 toneladas, um aumento homólogo de 9,2%, com a província da Zambézia, no centro, em destaque (25% do total), seguindo-se a pesca industrial e semi-industrial, com 9981 toneladas, um crescimento face a 2023 de 13%.

De acordo com um relatório da execução orçamental de Janeiro a Dezembro, citado pelo Diário Económico (DE), a produção pesqueira em Moçambique chegou a 496 373 toneladas em 2023, um crescimento de 9% num ano e acima das metas definidas.

A notícia do DE refere que a pesca artesanal liderou de forma destacada, com 466 491 toneladas em 2023, um aumento de 7,8%, seguida da pesca comercial (industrial e semi-industrial), com 20 230 toneladas e um aumento de 16,4%, enquanto a produção de aquacultura cresceu 73,1%, para 9553 toneladas.

Na pesca comercial, por exemplo, o relatório diz que o camarão liderou entre a produção do ano passado, com 3041 toneladas, um aumento de 18,7% tendo em conta as capturas de 2022.

“A actividade de aquicultura em Moçambique é desenvolvida a nível industrial e em pequena escala, produzindo, além de vários tipos de peixe, camarão, caranguejo e lagosta, sobretudo nas províncias de Tete, Gaza e Maputo”, lê-se na notícia do DE.

Apesar deste desempenho, a produção foi afectada, em 2023, por “chuvas excessivas que causaram inundações” em Maputo, bem como pela passagem do ciclone Freddy por duas vezes, a primeira na zona sul, particularmente na província de Inhambane e, posteriormente, na zona centro e norte do país, com maior incidência para a província da Zambézia, segundo o DE.