O Quénia deverá economizar cerca de 250 milhões de dólares anuais após converter para yuan chinês um empréstimo de cinco mil milhões de dólares do Banco de Exportação e Importação da China, destinado à construção ferroviária.
Esta medida, confirmada pelo secretário do Tesouro John Mbadi, representa um passo crucial para aliviar a pressão sobre as finanças públicas do país, classificado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como estando em "alto risco" de sobreendividamento.
A estratégia visa reduzir a dependência do dólar norte-americano e mitigar os riscos associados às flutuações cambiais e às taxas de juro globais. "Estamos a tentar dispersar esse risco diversificando as moedas. Foi por isso que solicitámos ao governo chinês para converter parte da dívida, que estava em dólares, para renminbi", explicou Mbadi em Nairóbi.
De acordo com dados do Tesouro queniano, a dívida externa total do país ascendia a 40,5 mil milhões de dólares em Março de 2025. Deste montante, 5,04 mil milhões de dólares são devidos à China, sendo que, até Junho de 2024, restava por saldar 3,5 mil milhões de dólares do empréstimo ferroviário para a Linha de Bitola Padrão (SGR), que liga o porto de Mombaça a Nairóbi. Anualmente, o Quénia despende aproximadamente mil milhões de dólares para pagar empréstimos chineses.
Para além da conversão para yuan, o Governo queniano está a reestruturar a sua dívida, interna e externa, com o objectivo de aliviar as pressões de pagamento e alongar os prazos de vencimento. Entre as acções planeadas inclui-se a emissão de um "bond da diáspora", com o qual pretende captar entre 250 e 500 milhões de dólares junto dos cidadãos no estrangeiro.
Paralelamente, estão em curso negociações com o FMI para um novo programa de financiamento, descritas por Mbadi como "muito boas e com bom progresso". O país enfrenta um espaço fiscal restrito, agravado pela decisão de abandonar aumentos fiscais na sequência de protestos populares em 2024.

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