O economista-chefe do Standard Bank Moçambique, Fáusio Mussá, antevê que o problema da falta de divisas no sistema bancário moçambicano, sobretudo o rand sul-africano, o dólar norte-americano e o euro, poderá agravar-se nos próximos meses.
O alerta consta no relatório mensal sobre o índice PMI (Purchasing Managers’ Index) divulgado pelo Standard Bank Moçambique e a que a revista Economia & Mercado (E&M) teve acesso .
“Apesar das expectativas de progresso nos projectos de Gás Natural Liquefeito (GNL), que deverão impulsionar a produção a médio prazo, consideramos agora que as pressões fiscais e as pressões associadas à liquidez do mercado cambial poderão intensificar-se a curto prazo”, adverte o economista.
Ademais, o economista-chefe do Standard Bank lembra ainda que a possibilidade de encerramento da Mozal, a maior indústria moçambicana de produção de alumínio, poderá também comprometer a liquidez da moeda estrangeira. “Se a empresa não conseguir assegurar uma tarifa de electricidade favorável, implicará pressões temporárias adicionais ao nível do crescimento económico, nas finanças públicas e na liquidez em moeda externa.”
Recorde-se que a crise de divisas no país, tem causado uma onda de preocupações vindos de todos os lados, desde os pequenos a grandes empresários, tanto no mercado formal quanto informal.
Num país como Moçambique, que depende na sua maioria de importações, a situação tem gerado até especulação de preços de alguns produtos básicos, impedindo muitos moçambicanos de fazer compras no exterior.
Economia com sinal de retoma
Não obstante, o relatório do Standard Bank aponta que a economia moçambicana registou em Novembro um novo sinal de recuperação, com a actividade empresarial a manter-se em terreno positivo pelo segundo mês consecutivo, impulsionada por um aumento considerável na procura e na criação de postos de trabalho.
“As novas encomendas registaram o maior aumento desde Junho de 2024”, refere o documento, sublinhando que o reforço da procura contribuiu directamente para a expansão da actividade nas empresas.
A recuperação observada foi transversal aos cinco principais sectores monitorizados pelo inquérito, todos eles a registarem aumento nos volumes de encomendas, justificado, segundo os membros do painel, pela maior procura dos consumidores e pelo lançamento de novos produtos. Este dinamismo levou também a uma expansão da produção, ao ritmo mais forte desde Julho.
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