A repressão policial na Tanzânia prevaleceu sobre a vontade do povo, que se recusa a legitimar o ‘golpe’ à democracia, favorecendo Suluhu Hassan, presidente da República, que usou todos os meios para impedir os opositores de participar das eleições presidenciais de 29 de Outubro de 2025.
Suluhu Hassan, que ascendeu à presidência tanzaniana em 2021, após a morte do presidente John Magufuli, é vista como responsável pela detenção, em Abril de 2025, de Tundu Lissu, líder do principal partido da oposição (Chadema). A sociedade civil naquele país chegou a revoltar-se.
À medida que se aproximavam das eleições presidenciais e legislativas, outros candidatos da oposição foram impedidos de participar do pleito eleitoral. O maior partido opositor (Chadema) também foi proibido de concorrer.
Os argumentos que ditaram as proibições da maior formação política da oposição tanzaniana e do respectivo candidato à presidência da República (apelo ao boicote das eleições presidenciais e legislativas) foram consideradas esfarrapadas. A intenção era de evitar a derrota nas urnas.
As suspeitas de vícios no processo eleitoral, supostamente orquestradas pela candidata do Partido Revolucionário da Tanzânia, no poder desde 1961, avolumaram-se quando a Comissão Eleitoral apenas validou a candidatura de 17 concorrentes de partidos políticos considerados pequenos.
Os críticos logo perceberam que se tinha criado facilidade para a reeleição da Presidente da Tanzânia, Suluhu Hassan. Apesar dos protestos, nada foi feito a fim de se corrigir as lacunas apontadas pelos partidos da oposição.
Em nada valeu a crítica da oposição política e da sociedade civil, as eleições foram realizadas na data marcada (29 de Outubro de 2025). A população, enfurecida pela forma como estava a ser gerido o processo de votação, revoltou-se, resultando numa sublevação popular generalizada.
Diante da fúria popular, o governo orientou a polícia a reprimir quaisquer actos contrários à reeleição da candidata do Partido Revolucionário da Tanzânia. As Forças Armadas recusaram-se a acatar as ordens da presidente cessante.
A sublevação popular agravou-se quando o governo cessante orientou o corte da internet, dificultando o acesso à informação. Estima-se que mais de 700 pessoas tenham perdido a vida na Tanzânia por conta da repressão policial pós-eleitoral. As autoridades tanzanianas negam o respectivo dado.
Apesar dos protestos, a Comissão Eleitoral anunciou a vitória de Suluhu Hassan com 97,6% dos votos, tendo tomado posse no dia 1º de Novembro.

%20-%20BAI%20Site%20Agosto%20%20(1).png)













.jpg)