Apesar de ascender ao segundo lugar da lista dos maiores produtores de diamantes no continente africano, como reporta o relatório do Processo Kimberley referente ao ano de 2023, Angola regista queda nos preços de comercialização do precioso recurso mineiro. De acordo com o administrador executivo da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA), Laureano Receado Paulo, as vendas dos diamantes nacionais ficaram 30% a 55% abaixo do preço planificado no primeiro semestre de 2024.
Citado pela Lusa, o responsável, que falava esta quarta-feira, 7 de Agosto, na abertura do workshop de balanço semestral de produção de diamantes neste ano e perspectivas para o futuro, sinalizou também um conjunto de desafios que actualmente o subsector dos diamantes enfrenta.
Por exemplo, referiu que o segmento da produção dos diamantes em Angola só poderá melhorar com o conhecimento geológico para a descoberta de novas minas, realçando que já decorrem trabalhos para a melhoria do sistema de desmonte, carregamento, transporte e tratamento de diamantes.
“Continuamos também a dar ênfase à questão relacionada com questões económicas, teremos de trabalhar sempre no sentido de reduzir os custos ambientais. Para nós, uma grande missão é também a questão da responsabilidade social”, frisou.
Além disso, o responsável apontou a necessidade de se aumentar a capacidade produtiva e investigativa a nível da mina de Catoca, uma das maiores do País, para a manutenção da sua produção até aos próximos 20 anos, revelando o estado da mina do Luele, “que está em fase de consolidação”.
“Neste momento, temos em fase muito avançada dois projectos da ENDIAMA: o Chambacanda e o Luaximba, que poderão, num futuro breve, aumentar o ciclo produtivo a nível do subsector dos diamantes”, concluiu.
Segundo o portal Minas de Angola, pelo menos 4,2 milhões de quilates de diamantes foram produzidos nos primeiros cinco meses de 2024 em Angola, período em que o país facturou 288 milhões de dólares.
As minas de Catoca e Luele produziram a maior parte dos diamantes neste período, nomeadamente 88% da produção retirados de depósitos primários e 12% dos depósitos secundários.