O BIC perdeu para o Banco Angolano de Investimentos (BAI) o ‘rótulo’ de sociedade bancária que mais concede crédito à economia, constatou a E&M nos balancetes do primeiro trimestre de 2025 das instituições em causa.  

Até ao primeiro trimestre do presente ano, como ilustra o respectivo balancete, a carteira de crédito do Banco BIC estava quantificada em pelo menos 759,3 mil milhões de Kwanzas, o que representa (de acordo com os cálculos da E&M) uma diminuição de quase 1% face ao período homólogo.      

Contas feitas, do quarto trimestre de 2024 ao primeiro de 2025, houve um registo negativo de pelo menos 12 mil milhões Kz (aproximadamente - 2%). A carteira de crédito passou de 771,4 mil milhões Kz para 759,3 mil milhões Kz.

Os números acima sugerem que não houve concessão líquida de novos créditos no período em análise (primeiro trimestre de 2025). Especialistas consultados acreditam ter havido quitação significativa de dívidas.

No Banco Angolano de Investimentos (BAI) registou-se o inverso. A carteira de crédito cifrou-se em pelo menos 883 mil milhões Kz, um aumento de aproximadamente 88% quando comparado com o período homólogo.

Do quarto trimestre de 2024 ao primeiro do presente exercício, o BAI, que assim cimenta ainda mais o ‘rótulo’ de maior instituição bancária do sistema em Angola, concedeu crédito no valor de pelo menos 175,7 mil milhões Kz (25%), a carteira passou de 707,4 mil milhões para 883, mil milhões Kz.

Apesar de (actualmente) possuir a maior carteira de crédito no sistema bancário angolano, ultrapassando o BIC, os números indicam que o Banco BAI tem recursos suficientes para aumentar o financiamento à economia.

O argumento acima justifica-se pelo facto de o rácio de transformação de depósitos em crédito do BAI, no primeiro trimestre de 2025, fixar-se em 23%, mais 3 pontos percentuais (P.P) do recomendado pelo Banco Nacional de Angola (BNA), nas vestes de regulador do sistema bancário angolano.                

Embora assuma a liderança, relativamente à concessão de crédito, o activo do BAI é dominado pelos títulos e valores mobiliários, cuja carteira está cifrada em pelo menos 1,7 biliões Kz, reflectindo um aumento de, aproximadamente, 5% se comparado com o período homólogo.

Quanto à representatividade no activo, os títulos e valores mobiliários têm um peso de aproximadamente 36%, enquanto a carteira de crédito 18%.