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Caos: PR denuncia actos de “sabotagem à economia” e anuncia apoio às empresas afectadas

Victória Maviluka
1/8/2025
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Foto:
DR

João Lourenço anunciou medidas de apoio às empresas atingidas pela onda de vandalismo, com vista à mais rápida reposição de stocks e manutenção dos postos de trabalho.

O Presidente da República, João Lourenço, considerou, nesta sexta-feira, 01 de Agosto, em Luanda, os incidentes que ocorreram, esta semana, durante a grave dos taxistas, “actos de sabotagem à economia, com vista a agravar ainda mais a situação social" que o País atravessa.

Em mensagem à Nação a propósito dos acontecimentos registados em Luanda, Malanje, Benguela, Huíla, Icolo e Bengo e Huambo, o Chefe de Estado anunciou que o Executivo decidiu aprovar, na segunda-feira próxima, 04, medidas de apoio às empresas atingidas pela onda de vandalismo, com vista “à mais rápida reposição” de stocks e manutenção dos postos de trabalho ameaçados.

Afirmou que os actos de vandalismo contra empresas e estabelecimentos comerciais de privados “só vêm desencorajar” o investimento privado e “reduzir a oferta de bens e serviços e de emprego” para a população.

“O que assistimos desde segunda-feira foram actos premeditados de destruição de património público e privado, assalto e pilhagem de estabelecimentos comerciais, ameaças e coacção a pacatos cidadãos para não circularem, não se apresentarem ao trabalho mesmo usando meios próprios de locomoção e não sendo taxistas, única classe que declarou greve”, disse o PR.

Recordou que a greve e as manifestações são direitos dos cidadãos consagrados na Constituição e na lei, quando elas se realizam com o fim único de reclamar direitos ou protestar contra eventuais incumprimentos ou violações desses direitos por parte dos poderes públicos ou entidades patronais.

Relatou que as forças da ordem actuaram no quadro das suas obrigações e a ordem foi prontamente restabelecida, a vida voltou ao normal, mas as consequências dos “actos protagonizados por cidadãos irresponsáveis manipulados por organizações antipatriotas nacionais e estrangeiras através das redes sociais trouxeram o luto, destruição de bens públicos e privados, redução da oferta de bens essenciais e de serviços às populações e o desemprego dos angolanos que trabalhavam nesses estabelecimentos comerciais”.

João Lourenço condenou “veementemente tais actos criminosos”, lamentando a perda de vidas humanas, e aproveitou a oportunidade para expressar, em seu nome e no do seu Executivo, os “mais profundos sentimentos de pesar" a todas as famílias enlutadas e "votos de rápidas melhoras aos feridos como consequência dos tristes acontecimentos”, tendo agradecido as forças da ordem, os órgãos da justiça, os profissionais da saúde pela sua intervenção nos incidentes.

"Temos ainda muitos problemas sociais"

Na mensagem dirigida à Nação a propósito dos tumultos desta semana, João Lourenço observou que, 23 anos depois do fim do conflito armado e no ano em que o País comemora 50 anos da proclamação da Independência Nacional, o Estado "não pode aceitar nem tolerar mais dor e luto" entre os angolanos.

“Compreendemos que temos ainda muitos problemas sociais por resolver, o Estado está a fazer o seu melhor, investindo na área social, na saúde, educação, habitação e criação de emprego, com a admissão massiva de profissionais da saúde, da educação, com a formação profissional e com as grandes obras públicas  de construção de infra-estruturas rodoviárias, portuárias, aeroportuárias, de energia e de água,  particularmente das grandes barragens do programa de combate aos efeitos da seca no sul de Angola, no Cunene, Huíla e Namibe, que absorvem muita mão de obra proveniente de todo país”, sublinhou.

Referiu que as obras de construção de infra-estruturas nas novas províncias vão oferecer emprego a milhares de jovens que se interessem pelo trabalho: “O Estado não pode ser o único empregador, contamos também com o sector privado, o cooperativo e com o autoemprego que, justiça seja feita, têm feito também o seu melhor no que diz respeito à oferta de postos de trabalho”.

Acções de educação cívica emoral  

Para João Lourenço, os episódios registados durante a greve dos taxistas só vêm confirmar que “a educação dos nossos filhos, dos jovens que serão as mulheres e homens do amanhã, não está nas plataformas e redes sociais que não tem rosto nem identidade, mas na família, na escola e na comunidade comprometida com o presente e o futuro de Angola”.

Por isso, observou o Chefe de Estado, deve-se concluir que o Estado, a família, as igrejas e as organizações da sociedade civil “têm ainda muito trabalho por fazer” nos domínios da educação cívica, moral e académica dos nossos adolescentes e jovens.

“Quem quer que seja que tenha orquestrado e conduzido esta ação criminosa, saiu derrotado e ajudou-nos a todos, ao Executivo e à sociedade, a tomar medidas preventivas e melhores formas de reagir em caso de reincidência, com vista a minimizar os danos sobre as pessoas e o património”, concluiu.