Não obstante 70% terem revelado incertezas na economia mundial, 60% dos CEOs das empresas líderes angolanas ouvidos num estudo recente da KPMG mostram-se optimistas em relação aos seus negócios, prevendo lucros superiores a 2,5% nos próximos três anos.
O estudo da consultora internacional, a que a revista Economia & Mercado teve acesso, expõe que 87% dos inquiridos antecipam crescimento. A pesquisa evidencia um ciclo de liderança mais pragmático, focado em tecnologia, em talento qualificado e num ajustamento estratégico.
Em relação à dinâmica imposta pela Inteligência Artificial, o documento revela uma aposta clara: 74% dos líderes orientam investimento para esta área, 93% prevêem retorno em até cinco anos, tendo quase metade incorporado a IA nos processos diários e a grande maioria incentivado a experimentação contínua nas equipas.
“As condições de base surgem como desafio: 87% identifica questões éticas e a mesma proporção aponta a qualidade dos dados como pré-requisito para escalar tecnologia. A gestão de risco acompanha esta agenda, com a incerteza económica no topo das preocupações e 53% a reforçar prioridade da resiliência cibernética. O exercício deixa ainda um alerta de governação: 60% defende decisões mais rápidas e modelos de liderança mais ágeis num ambiente operacional cada vez mais exigente”, lê-se no estudo.
O país apresenta um dos níveis mais altos de reconversão interna: 80% das organizações estão a transferir colaboradores de funções tradicionais para funções potenciadas por IA
A 1.ª edição angolana do estudo KPMG CEO Outlook 2025 conclui que o talento vive uma reconfiguração profunda, com 63% dos líderes a afirmar que a qualificação em Inteligência Artificial determinará a prosperidade futura das suas empresas.
O país apresenta, demonstra a pesquisa acabada de ser publicada, um dos níveis mais altos de reconversão interna: 80% das organizações estão a transferir colaboradores de funções tradicionais para funções potenciadas por IA.
“O envelhecimento do mercado de trabalho surge como desafio concreto: 53% mostra preocupação com a reforma de trabalhadores qualificados e com a ausência de substituição técnica imediata”, detalha.
Revela que, na agenda ESG, 54% dos CEO afirma estar no percurso certo para cumprir metas de zero emissões líquidas até 2030, e observa que as maiores barreiras residem na descarbonização das cadeias de abastecimento (33%) e na falta de competências especializadas (7%).
A prioridade regulatória aumenta: 73% já coloca as normas de reporte ESG no centro da sua estratégia de compliance. O papel da IA no apoio à eficiência de recursos torna-se evidente, com 87% a identificar oportunidades de redução de desperdício e optimização energética, segundo conclusões do estudo.

“Escolhas estratégicas num ambiente desafiante”
Para Vitor Ribeirinho, Senior Partner do Cluster KPMG Portugal e Angola, os líderes empresariais em Angola estão a fazer escolhas estratégicas num ambiente desafiante, reforçando na tecnologia, no upskilling do talento e na sustentabilidade, como motores de competitividade e de criação de valor.
Citado na edição de estreia do KPMG CEO Outlook 2025 versão Angola, o especialista acrescenta que as oportunidades de crescimento surgem para as organizações que investem “com clareza, responsabilidade e velocidade nos sectores críticos da transformação”.
Rede global de firmas independentes que prestam serviços de auditoria, fiscalidade e consultoria, a KPMG está presente em 142 países e territórios com mais de 275 mil profissionais a trabalhar nas firmas membro a nível mundial.
Em Angola, opera no escritório de Luanda, contando com cinco membros da Partnership e cerca de 150 colaboradores.

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