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Nova Iorque: Angolana Sandra Poulson expõe no museu MoMA PS1 ‘Este Quarto Parece uma República!’

Victória Maviluka
21/4/2025
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Foto:
DR

Trabalho da artista angolana, simultaneamente poético e político, questiona a circulação ideológica e cultural no contexto pós-colonial.

A artista angolana Sandra Poulson será a protagonista de uma exposição individual, intitulada ‘Este Quarto Parece uma República!’, no museu MoMA PS1, em Nova Iorque, uma das instituições de arte contemporânea mais respeitadas do mundo. 

A exposição estará patente de 24 de Abril a 6 de Outubro de 2025 e será a primeira vez que a artista angolana vai expor individualmente num museu internacional desta dimensão, colocando o nome de Angola “no epicentro da cena artística global”, realça um comunicado enviado à E&M.

Trata-se da apresentação de uma instalação inédita e obras de assemblagem que dialogam com a realidade social e cultural de Angola, transformando, refere o documento, o momento numa oportunidade histórica não apenas para a artista, mas para todo o panorama artístico angolano.

De 30 anos, Sandra Poulson leva ao MoMA PS1 uma linguagem estética “profundamente enraizada” no quotidiano angolano, recorrendo a peças de mobiliário intervencionadas, roupas e objectos do universo doméstico para construir esculturas que evocam memória, identidade e crítica social, lê-se na nota. 

Detalha que o trabalho da artista angolana, simultaneamente poético e político, questiona a circulação ideológica e cultural no contexto pós-colonial, revelando as tensões entre o local e o global, o tradicional e o contemporâneo.

Entre as obras em destaque, sublinha a nota, estão Cabinda Dreams (2024), uma cabeceira de cama com o logótipo da União Europeia, que reflecte o contraste entre a ruralidade e os símbolos da globalização, e Igreja Universal do Reino de Deus (2024), uma cómoda que denuncia a infiltração da propaganda religiosa no lar angolano. 

Estas esculturas, explica o comunicado, são produzidas com mobiliário vintage holandês e materiais industriais globais, propondo uma leitura crítica da construção da identidade nacional.

A artista vive e trabalha entre Luanda, Londres e Amesterdão, e seu percurso tem sido marcado por participações em grandes instituições internacionais, como a 60.ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia (2024), o Biennale College Art a Trienal de Arquitectura de Sharjah, a Bold Tendencies (Londres) e o Pavilhão Britânico na Bienal de Arquitectura de Veneza (2023).

Formada em moda pelo Royal College of Art e pela Central Saint Martins, em Londres, Sandra Poulson representa uma nova geração de artistas angolanos que afirmam a sua voz no mundo, com rigor, talento e consciência crítica, acrescenta a nota.