A HALO Trust, uma ONG que trabalha há 30 anos em Angola na desminagem e na segurança das comunidades mais remotas, viu-se obrigada a accionar um plano de reestruturação por conta do actual panorama humanitário, marcado pela redução geral de financiamentos.
Através de um comunicado a que a revista E&M teve acesso, a organização não governamental sem fins lucrativos refere que a reestruturação em curso visa, assim, garantir a sustentabilidade e a eficácia das suas operações de desminagem no País.
O processo, segundo a nota, impôs uma redução da força de trabalho da ONG, com os despedimentos a afectarem 350 funcionários da instituição, quase um quarto da mão de obra que a instituição possui em todo o território nacional.
Como parte do pacote de indemnização e para satisfazer as necessidades do pessoal que permanece, serão ministradas acções de formação profissional para dotar todos os que foram afectados de competências de empreendedorismo, sublinha a HALO Trust.
“Como parte da reestruturação, a sede da HALO mudar-se-á para Menongue, mantendo uma presença reduzida no Huambo. Isto irá proporcionar um apoio centralizado e atempado às nossas operações actuais nas províncias do Cuando, Cubango e Bié”, lê-se no documento.
À medida que a HALO se aproxima de uma Benguela e Huambo livres de minas, realça o comunicado, a organização humanitária mantém-se consciente de que “vastas áreas permanecem contaminadas” por minas terrestres noutras províncias, que “continuam a representar ameaças às comunidades e a impedir o desenvolvimento”.
"A HALO Trust tem sido um parceiro valioso nos esforços de desminagem em Angola há mais de três décadas. Embora esta reestruturação seja um passo difícil, mas necessário, a nossa prioridade conjunta continua a ser a segurança e os meios de subsistência das pessoas afectadas pelas minas terrestres", afirma o brigadeiro Leonardo Sapalo, director-geral da Agência Nacional de Acção contra Minas - ANAM.
Também citado na nota, Jack Lister, director Nacional da HALO Trust - Angola, realça que a ONG está empenhada em tratar todos os funcionários “de forma justa” e garantir que aqueles que permanecem na organização após este exercício de reestruturação “continuem a dar uma contribuição significativa e segura” para o desenvolvimento de Angola.
Recorde-se que o Executivo angolano decidiu adequar o plano de desminagem, face ao desmantelamento da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e a suspensão da ajuda norte-americana a algumas ONG’s que operam no País.

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