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Rafael Marques denuncia negócio lesivo ao Estado envolvendo um amigo do ministro dos Transportes  

Redacção_E&M
9/11/2021
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Foto:
DR

Submetido à PGR, o pedido de investigação está relacionado com o negócio que envolve a compra de dois imóveis instalados em Luanda a Ruca Van-Dúnem, amigo de Ricardo Viegas d’Abreu.

O negócio está avaliado em 114 milhões de dólares, autorizada mediante Despacho Presidencial 159/21, para instalar serviços públicos do Ministério dos Transportes e da Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística de Angola, de acordo com a Lusa.

Segundo o também gestor do portal de notícias Maka Angola, está em causa um negócio potencialmente lesivo para o Estado angolano, que envolve o Welwitschia Business Center (WBC), um dos imóveis comprados tem 11 andares, sendo os dois últimos ocupados por dois apartamentos de luxo.

Além de um ministério não servir “para ser habitado pelos seus funcionários”, avança, o WBC, cuja construção se iniciou em 2011, esteve à venda durante vários anos, sem sucesso, por 45 milhões de dólares.

Entre os pontos que evidencia estão a inadequabilidade de um dos edifícios para a função que se pretende, o valor “empolado e excessivo da compra e venda” e a amizade e relações de compadrio entre o ministro e o vendedor, Rui Óscar “Ruca” Ferreira Santos Van-Dúnem.

“Logo, o valor do negócio agora efetuado, na ordem dos 91 milhões de dólares, afigura-se empolado e excessivo. Por exemplo, o Edifício Chicala [também alvo do mesmo despacho], que tem menos 4.271 m2 de área total, mas melhor localização e mais funcionalidade para escritórios, custa 23 milhões de dólares. Ou seja, por mais 4.271 m2 no WBC, o Ministério dos Transportes paga uma diferença de 68 milhões de dólares”, justifica na exposição endereçada ao procurador-geral, Helder Pitta Grós.

O Rafael Marques sublinha na denuncia dirigida à PGR, que o WBC é propriedade da Transporte de Carga a Granel, Lda. (TCG), empresa legalmente constituída a 30 de Abril de 1992, que tem como co-proprietário e diretor-geral Rui Óscar Ferreira Santos Van-Dúnem, “amigo próximo e de infância” do ministro dos Transportes, Ricardo Viegas d’Abreu.

Para Rafael Marques o negócio evidencia “indícios de comportamentos que se enquadram na Lei da Probidade Pública”, nomeadamente o artigo 28.º que proíbe a intervenção do ministro em assuntos nos quais exista algum interesse relevante, direto ou indireto.

“Há manifestamente indícios bastantes de tráfico de influência, corrupção, improbidade administrativa e violação das leis da Probidade Pública e da Contratação Pública”, salienta, no documento, escrevendo que a participação é coerente com a defesa da credibilização da justiça.