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59% da população financeiramente excluída em Angola são mulheres

Victória Maviluka
1/12/2025
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Foto:
DR

Só 24% das mulheres possuem contas em instituições financeiras em comparação com 57% dos homens, revela um recente decreto assinado pelo PR, voltado para a inclusão financeira.

Entre a população financeiramente excluída no país, ou seja, pessoas que não utilizam nenhum serviço ou produto financeiro formal ou informal, 59% são mulheres, informa o Executivo na  Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (ENIF), consultada pela revista Economia & Mercado.
O documento, recentemente publicado em Diário da República, realça, assim, que a exclusão financeira é observada principalmente nas mulheres em relação aos homens, o que evidencia um menor acesso a contas e pagamentos digitais a este grupo.
Apenas 24% das mulheres, lê-se no Decreto Presidencial n.º 237/25, de 18 de Novembro, que dá corpo à referida estratégia, possuem contas em instituições financeiras em Angola, comparativamente aos 57% dos homens.
O documento, assinado por João Lourenço, refere que o acesso a crédito das mulheres estaria condicionado também pelo seu alto nível de informalidade, atingindo 93% em relação aos 89% dos homens.
“Elevada proporção de mulheres trabalha por conta própria (44% face aos 37% dos homens), e existem baixos níveis de empresas com liderança feminina, concentrando-se no comércio a retalho e outros serviços (61% e 28%, respectivamente)”, observa o diploma.
Coordenado pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, o programa, que integra seis departamentos ministeriais, sublinha que a inclusão financeira representa um instrumento fundamental para o fortalecimento da coesão social, a promoção da justiça económica e o estímulo do crescimento sustentável.
Acrescenta que a inclusão financeira traduz uma garantia do acesso da população, em especial dos grupos mais vulneráveis e áreas mais recônditas, aos serviços financeiros formais, como contas bancárias, crédito, seguros, meios de pagamento e educação financeira.
O decreto diz que, no contexto nacional, persiste uma realidade marcada por significativas assimetrias no acesso aos serviços financeiros, que afectam particularmente as zonas rurais, as mulheres, os jovens, os pequenos produtores e os trabalhadores da economia informal, esta exclusão limita o pleno exercício da cidadania económica, restringe o potencial produtivo das comunidades e fragiliza a resiliência das famílias.
O documento reconhece o papel estratégico do Sistema Financeiro na dinamização da economia, na redução da pobreza e na transformação digital, pelo que acha imperioso adoptar uma Estratégia Nacional de Inclusão Financeira, coordenada e articulada, que reforce a actuação conjunta Estado, do sistema financeiro, dos sectores público e privado e da sociedade civil, em prol de uma Angola mais equitativa e financeiramente integrada.
Assim, reforça o diploma, há a necessidade de se aprovar a Estratégia Nacional de Inclusão Financeira como política pública prioritária de alcance nacional, concebida como instrumento orientador da acção pública no domínio da inclusão financeira, alinhado com os objectivos do Plano de Desenvolvimento Nacional, assegurando a articulação institucional e a mobilização dos recursos necessários para a sua plena execução.