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75,3% dos angolanos têm défice de compreensão sobre principais conceitos de literacia financeira

Victória Maviluka
20/11/2025
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Foto:
DR

Só 21% da população adulta no país possui o ensino primário, dos quais 57% são mulheres, referem as autoridades na recém-criada Estratégia Nacional de Inclusão Financeira.

Apenas 24,7% dos angolanos têm níveis de conhecimento, comportamento e atitudes sobre os serviços financeiros, refere o Executivo na Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (ENIF). Contas feitas, 75,3% dos angolanos apresentam défice de compreensão sobre os principais conceitos de literacia financeira.

Na ENIF, acabada de ser publicada em Decreto Presidencial o Executivo salienta que, quanto maior o nível de escolaridade, melhor o nível de compreensão “Os resultados do inquérito revelam que cerca de 13% dos adultos não possuem qualquer nível de ensino formal obrigatório, sendo 77% desse grupo composto por mulheres”

Além disso, observa ainda o DP  sob n.º 237/25, de 18 de Novembro, a que a revista Economia & Mercado teve acesso, 21% da população adulta em Angola possui apenas o ensino primário, dos quais 57% são mulheres.

“Muitas instituições públicas e privadas oferecem iniciativas de educação financeira, mas não estão coordenadas entre si. Instituições financeiras e suas associações, departamentos ministeriais e reguladores do sector financeiro desenvolvem acções de educação financeira na sua maioria seminários e campanhas sem objectivos comuns, sem a redução de sobreposições e sem a avaliação do seu impacto”, lê-se no documento.´

O programa, a ser coordenado pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, e que integra seis departamentos ministeriais, sublinha que a inclusão financeira representa um instrumento fundamental para o fortalecimento da coesão social, a promoção da justiça económica e o estímulo do crescimento sustentável.

A inclusão financeira traduz uma garantia do acesso da população, em especial dos grupos mais vulneráveis e áreas mais recônditas, aos serviços financeiros formais

Acrescenta que a inclusão financeira traduz uma garantia do acesso da população, em especial dos grupos mais vulneráveis e áreas mais recônditas, aos serviços financeiros formais, como contas bancárias, crédito, seguros, meios de pagamento e educação financeira.

O decreto diz que, no contexto nacional, persiste uma realidade marcada por significativas assimetrias no acesso aos serviços financeiros, que afectam particularmente as zonas rurais, as mulheres, os jovens, os pequenos produtores e os trabalhadores da economia informal, esta exclusão limita o pleno exercício da cidadania económica, restringe o potencial produtivo das comunidades e fragiliza a resiliência das famílias.

O documento reconhece o papel estratégico do Sistema Financeiro na dinamização da economia, na redução da pobreza e na transformação digital, pelo que acha imperioso adoptar uma Estratégia Nacional de Inclusão Financeira, coordenada e articulada, que reforce a actuação conjunta Estado, do sistema financeiro, dos sectores público e privado e da sociedade civil, em prol de uma Angola mais equitativa e financeiramente integrada.

Assim, reforça o diploma, há a necessidade de se aprovar a Estratégia Nacional de Inclusão Financeira como política pública prioritária de alcance nacional, concebida como instrumento orientador da acção pública no domínio da inclusão financeira, alinhado com os objectivos do Plano de Desenvolvimento Nacional, assegurando a articulação institucional e a mobilização dos recursos necessários para a sua plena execução.