1. ENQUADRAMENTO
A soberania económica é um pilar fundamental da soberania política. E para que um país consiga ter soberania económica, é fundamental ter uma moeda própria. Dizendo de outro modo, ter soberania monetária.
Tendo isto presente, já no acordo de Alvor, assinado em 15 de Janeiro de 1975, ficou claro que seria preciso criar um Banco Central Emissor, o que acabou por depois constar do “Programa Económico de Angola”, aprovado pelo Governo de Transição em Maio de 1975. Programa onde também estava prevista a “nomeação imediata de um GT encarregado de apresentar um relatório, no prazo de 180 dias, sobre a problemática da criação de uma moeda nacional”.
Na elaboração deste programa do Governo de Transição, participou o então Ministério do Planeamento e Finanças, ao qual cabia coordenar, dirigir e controlar a actividade financeira do Estado e também a política monetária e cambial, dele dependendo uma Direcção Geral de Crédito e Seguros.
2. PRIMEIROS PASSOS PARA A CRIAÇÃO DO KWANZA
O Secretário de Estado das Finanças do primeiro governo de Angola independente, Saydi Mingas, era o anterior Ministro do Planeamento e Finanças, e o Director Geral de Crédito e Seguros, Humberto de Almeida, também já desempenhava funções ao nível daquele Ministério. Ou seja, ambos conheciam bem o tema da necessidade de criação de uma moeda nacional, que se tornou mais premente pelo facto de grandes quantidades de notas dos escudos coloniais terem sido levadas para o estrangeiro e ser importante retirá-las rapidamente de circulação.
Por isso, logo em Dezembro de 1975, Humberto de Almeida desloca-se a Londres para contactar a empresa que fazia as notas para o Banco de Angola. Mais tarde, segundo o seu próprio testemunho, recebeu instruções para ir contactar uma empresa da então Jugoslávia. O Presidente Agostinho Neto terá recebido uma chamada do Presidente Brós Tito, a informar que a Jugoslávia tinha uma fábrica que podia fazer as notas para Angola. E a opção foi encomendar as notas à fábrica deste país, que sempre tinha dado apoio ao MPLA.
Enquanto se preparavam as condições para a produção das notas, foi necessário encontrar um nome para a futura moeda nacional. Humberto de Almeida afirma ter proposto “Zimbo”, mas que o Presidente Agostinho Neto optou por “Kwanza”, por ser o nome do maior rio inteiramente angolano.
Entretanto, foi também elaborada a lei que criava a moeda nacional e preparadas instruções sobre a forma como se deveria proceder ao lançamento das novas notas.
Leia este texto na íntegra na edição 'Especial Independência' da revista Economia & Mercado, já disponível nas bancas.

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