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“A inclusão financeira é uma agenda globalmente reconhecida como potenciador do desenvolvimento económico de vários países”

Cláudio Gomes
2/6/2023
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Foto:
Carlos Aguiar

A Africell Angola pretende expandir serviços da sua carteira móvel incluíndo o microsseguro, mini e nano crédito, poupança e marketplace de produtos associados ao empreendedorismo.

Kátia da Conceição, directora da Afrimoney, subsidiária da Africell Mobile Money-Prestador de Serviços de Pagamento, S.A., recorreu aos dados da GSMA Association, organização industrial sem fins lucrativos que representa os interesses das operadoras de redes móveis em todo o mundo, para mostrar o potencial económico e social subjacente nos pagamentos móveis e o seu papel na inclusão financeira e digital. Leia a entrevista.

Qual é a perspectiva da Afrimoney sobre inclusão financeira?

A inclusão financeira é uma agenda globalmente reconhecida como um factor potenciador do desenvolvimento económico de vários países. Isso eleva a igualdade de oportunidades de acesso ao dinheiro físico ou electrónico, bem como aos serviços de poupança, depósitos, levantamentos, transferências, créditos e outros. Para além de existir um custo muito alto na gestão do dinheiro físico, os custos e riscos de conservação e segurança em circulação, são significativamente reduzidos com a introdução do Mobile Money em geral, e do Afrimoney em particular.

Segundo o GSMA, existem mais de 794 milhões de dólares a serem digitalizados a nível mundial em carteiras móveis. Imaginemos estes mesmos valores movimentados de forma física, imaginemos se quisermos, enviar dinheiro para os nossos familiares em numerário ou pelas via bancária tradicional? A logística necessária para este processo seria muito grande, com muitos custos envolvidos. Hoje diversas famílias e pequenos empreendedores gerem a sua economia através de processos tradicionais com as ineficiências referidas, e são exactamente estas pessoas que pretendemos digitalizar com o Afrimoney.

Há mais mais benefícios?

O outro benefício passa pela superior formalização e transparência da economia monetária ao permitir-se visibilidade acrescida ao Banco Central, para medir e controlar a moeda em circulação, sendo que essa visibilidade e transparência só é possível se o dinheiro for inserido no sistema financeiro, e dessa forma optimizar o tempo de resposta das autoridades monetárias, diminuindo o risco prudencial, permitindo políticas monetárias mais.

O Afrimoney junta-se ao regulador e a outros operadores de serviços de pagamentos já existentes visando dinamizar e acelerar a transformação digital e financeira do País, acelerando a inclusão financeira e oportunidades de desenvolvimento pessoal da população angolana.

Quantas fases integram o processo de implementação do Afrimoney?

Integram três principais fases sendo a fase piloto que é onde nos encontramos por agora, cujo foco é levar ao conhecimento da população que a Africell Angola  disponibiliza serviços mobile money.

Estamos a desenvolver a rede de agentes, que são os nossos pontos de contacto, ou seja, representantes da marca junto dos clientes, pontos onde as transacções como depósito e levantamento podem ser feitos. Estes agentes estarão distribuídos nas áreas de concentração da população (mercados, paragens, e outros pontos estratégicos), devidamente identificados como agentes Afrimoney.

A implementação do serviço Afrimoney contempla diversas campanhas de educação financeira que são realizadas nas comunidades em contactos individuais e cliente a cliente.

Nas próximas fases, porém, iremos expandir a nossa oferta comercial de forma a oferecer aos clientes uma gama e inovadora de serviços financeiros com potencial de geração de maior dinamismo e atracção  potenciando maior inclusão financeira visando desencadear maior apetite pela poupança e empreendedorismo.

Que soluções serão acopladas a médio-longo prazo?

Pretendemos expandir os nossos serviços trazendo produtos financeiros tais como o micro-seguro, mini e nano crédito e poupança e marketplace de produtos associados ao empreendedorismo (equipamentos de geração de energia, transporte, ou auto-construção).

Em que medida esta solução apoiará a população não bancarizada?

Em grande medida, pois uma das principais componentes desta solução é a disponibilização dos serviços essenciais financeiros à população não bancarizada. O facto deste serviço se alavancar em agentes, que são pequenos comerciantes próximos da população, facilita o acesso aos pontos de depósito e levantamento de valores, sendo a activação do serviço gratuita, com requisitos mínimos.

Leia mais na edição de Junho da nossa revista.