De acordo com as informações, citadas ontem, terça-feira, 13 de Abril, pela agência portuguesa de notícias (Lusa) a actual situação pandémica está na base do adiamento que compromete o Plano de Recapitalização do Banco de Cabo Verde (BCV), que tem uma necessita de 1.400 milhões de escudos, cerca de 12,6 milhões de euros, para o seu normal funcionamento.
Referenciando um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), do mês em curso, a Lusa escreve que o plano de recapitalização do BCV, de acordo com informação do Governo prestada à referida instituição internacional, “será retomado após a pandemia” de Covid-19.
“Devido a restrições financeiras geradas pela pandemia, as alocações adicionais foram colocadas em espera até o fim da crise sanitária”, explica o FMI, no mesmo relatório.
O FMI já tinha apontado, num relatório anterior, de Novembro passado, que a posição patrimonial do BCV “deteriorou-se nos últimos anos, refletindo em parte a reavaliação dos ativos em dólares norte-americanos”, com um plano de intervenção que avançou ainda antes da pandemia, por parte do Governo.
Segundo a Lusa, o FMI recordou antes que, face a este cenário, as autoridades cabo-verdianas “desenvolveram um plano de recapitalização” em 2019, prevendo a injeção de 2,1 mil milhões de escudos (19 milhões de euros) ao longo de três anos, utilizando recursos do Orçamento do Estado.
A agência portuguesa de notícias avança que depois de a primeira parcela ter sido libertada no final de 2019, no valor de 700 milhões de escudos (6,4 milhões de euros), a crise provocada pela covid-19, segundo o FMI, deixou o plano suspenso, que só será retomado após a crise provocada pela pandemia de covid-19.
Entretanto, o Governo cabo-verdiano tem avançado com várias medidas mitigadoras da crise económica provocada pela pandemia da Covid-19, com o BCV a assumir posição de destaque, desde logo no aumento da injeção de liquidez na banca e no processo de atribuição de moratórias a créditos bancários ou pela gestão, em mínimos históricos, das taxas de juro.
A crise económica provocada pela pandemia de Covid-19 provocou uma recessão económica, oficial, equivalente a 14,8% do Produto Interno Bruto (PIB), essencialmente devido à praticamente total ausência de turismo no último ano, sector que garante 25% do PIB do arquipélago.