A Administração Donald Trump estará interessada num megaprojecto de gasoduto que ligará Marrocos à Nigéria, com capacidade para transportar 30 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano, adiantou o Governo nigeriano.
Segundo o ministro das Finanças e coordenador da Economia da Nigéria, Wale Edun, os Estados Unidos da América estão a demonstrar “um grande interesse” em oportunidades de investimento no projecto também designado por Gasoduto África-Atlântico.
Enquanto vários países expressaram simples vontade de apoiar este megaprojecto, os Estados Unidos, por sua vez, expressaram um interesse mais preciso em contribuir para sua realização, afirmou Wale Edun, à margem das Reuniões de Primavera de 2025 do Fundo Monetário Internacional e do Grupo Banco Mundial, realizadas entre 21 e 26 de Abril, em Washington.
Citado pelo portal Le360, o governante nigeriano informou ter realizado uma reunião de alto nível com representantes do Departamento de Estado dos EUA, na presença de Opayemi Cardoso, governador do Banco Central da Nigéria, e, dentre as áreas discutidas, estava “o interesse dos Estados Unidos em investimentos no sector de gás natural da Nigéria, particularmente no gasoduto Nigéria-Marrocos, dadas as vastas reservas de gás do país”.
Lançado em Dezembro de 2016, por iniciativa do rei Mohammed VI e do ex-presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, o Gasoduto Africano-Atlântico entrou numa fase decisiva de investimentos, tendo, recentemente, a diretora-geral do Escritório Nacional de Hidrocarbonetos e Minas (ONHYM), Amina Benkhadra, afirmado que “a decisão final de investimento está a progredir, com um comissionamento gradual previsto para as primeiras sessões a partir de 2029".
Nessa perspectiva, a governante marroquina destacou a importância das parcerias estratégicas, mencionando as discussões avançadas com grandes operadores internacionais, incluindo americanos e instituições financeiras, a fim de garantir a viabilidade económica e técnica do projecto.
Em 21 de Abril, respondendo a uma pergunta na Câmara dos Deputados, a ministra da Transição Energética e Desenvolvimento Sustentável do Estado monárquico africano, Leila Benali, esclareceu que as obras da primeira fase, que inclui o eixo Senegal-Mauritânia-Marrocos, estão em andamento.
Acrescentou que o projecto fez progressos significativos, com a conclusão dos estudos de viabilidade e engenharia, bem como a continuação dos estudos de campo e de avaliação de impacto ambiental e social.
Na última quarta-feira, 23, o Departamento de Transição Energética de Marrocos lançou um edital para manifestações de interesse referente à rede nacional de gás, com o objectivo de chegar à cidade de Dakhla para se conectar ao Gasoduto Africano-Atlântico.
Este gasoduto, que se estenderá por 6.800 quilómetros e que terá capacidade para transportar 30 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano, exigirá um investimento global estimado em 25 mil milhões de dólares.

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