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ADN TIS 2025: “Mais do que emprego, o programa oferece um projecto de vida”

André Samuel
15/7/2025
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Foto:
DR

Em entrevista, Yara Mupei, responsável pelo Departamento de Capital Humano da TIS, aborda os avanços que o programa de capacitação de talentos registou desde o seu lançamento.

Um ano depois da última entrevista, o que há de novo na edição 2025 do ADN TIS? A edição 2025 representa a consolidação de um modelo que provou funcionar. No ano passado, foram integrados 100% dos estagiários nos quadros da TIS. Este ano, reforçámos o número de instituições parceiras e formalizámos novos protocolos com instituições de ensino e universidades, alargando o nosso alcance. A grande novidade foi a abertura oficial feita nas nossas redes sociais, o que nos permitiu envolver os estudantes desde o início do processo, com mais transparência e proximidade.

Como avaliam o impacto deste programa nas empresas que recebem estes jovens? As empresas ganham profissionais mais preparados desde o primeiro dia. Jovens que compreendem a dinâmica do trabalho, com competências técnicas e comportamentais adquiridas em ambiente real. Isto traduz-se em maior produtividade, menor tempo de adaptação e uma capacidade de inovação alinhada com os desafios do mercado.

E no caso dos jovens? Que transformação concreta é possível observar?  Muitos dos nossos estagiários entram com uma formação académica sólida, mas pouca preparação prática. Ao fim de seis meses, vemos jovens autónomos, com visão crítica, capacidade de liderança e uma compreensão clara do seu papel nas equipas. Mais do que emprego, o programa oferece um projecto de vida.

O que ganham as universidades com esta parceria? Ganha-se relevância. A ligação entre teoria e prática torna-se mais visível e os próprios docentes acompanham o processo. Esta articulação aproxima a academia da realidade empresarial e contribui para melhorar a qualidade do ensino.

Muitos programas de estágio falham na transição entre formação e integração profissional. O que diferencia o ADN TIS nesse ponto crítico? A maioria dos estágios são experiências isoladas. O ADN TIS é desenhado como um ciclo completo de transição. Desde o primeiro dia, os jovens são tratados como futuros profissionais e envolvidos em projectos reais, com objectivos concretos, métricas de desempenho e acompanhamento contínuo. Este alinhamento entre formação e necessidades operacionais garante não só a integração, mas a retenção e evolução. A prova está na taxa de incorporação: 100% em 2024. E quando os estagiários não são integrados na nossa empresa, são completamente absorvidos pelo mercado.

Qual é o papel da liderança interna da TIS no sucesso deste programa? A liderança é participante. Os líderes operacionais envolvem-se na mentoria, desafiam os estagiários, responsabilizam-se pelo seu desenvolvimento. Isto cria uma cultura de aprendizagem transversal e obriga-nos, como organização, a sermos melhores também. O ADN TIS é um compromisso institucional.

Que tipo de transformação organizacional foi necessário fazer dentro da TIS para acomodar esta política de talento? Tivemos de rever processos, ajustar metodologias de trabalho, formar mentores, criar estruturas de acompanhamento, e sobretudo mudar a mentalidade. Uma empresa que acolhe estagiários como activos estratégicos precisa de estar preparada para escutar, adaptar-se, e ensinar com paciência. Isto exige cultura organizacional sólida e foco na sustentabilidade do conhecimento.

O programa tem impacto directo nos jovens, mas indirectamente está a influenciar o ecossistema educativo. Que mudanças observa nas instituições de ensino superior? A alteração nota-se essencialmente ao novel da cooperação, interligação entre academia e mercado, e integração de conhecimento. Estamos muito focados em aproximar a academia da realidade empresaria.

Em termos de política pública, que lições pode este programa oferecer? O ADN TIS mostra que é possível criar soluções privadas com impacto público. Estamos a actuar em áreas prioritárias como a empregabilidade jovem, a qualificação técnica e a inclusão social. Com dados, resultados e reconhecimento institucional. O modelo é replicável e pode ser adoptado ou adaptado por outras organizações. É uma prova de que talento bem gerido gera retorno colectivo.

Qual é, na sua opinião, o maior risco de não investir hoje em programas como o ADN TIS? O risco é ficar para trás. A economia global exige cada vez mais competências especializadas, adaptabilidade e pensamento crítico. Ignorar a formação prática dos jovens é comprometer a produtividade das empresas, a empregabilidade futura e a inovação nacional. Programas como o ADN TIS são uma necessidade estratégica.

Falemos do impacto macroeconómico. O que representa o ADN TIS para o país? Estamos a contribuir directamente para a construção de uma força de trabalho qualificada, que é um dos principais motores de crescimento económico. Ao preparar jovens para sectores como tecnologia, energia, banca e serviços, estamos a criar condições para a diversificação e competitividade da economia. É um investimento com retorno colectivo.

O programa foi reconhecido recentemente com dois prémios. O que isso significa? Recebemos a Menção Honrosa da Ministra da Administração Pública e o Prémio Forbes de Responsabilidade Social. Estes reconhecimentos validam a nossa abordagem e mostram que é possível fazer responsabilidade social com impacto mensurável, gerando valor para os jovens, para as empresas e para o país.

Quais são os próximos passos para o ADN TIS? Estamos a preparar um modelo de expansão, mantendo o rigor e exigência. O objectivo é aumentar a escala sem perder a qualidade. Pretendemos ainda criar uma rede de alumni do programa e fortalecer a articulação com outros actores do ecossistema de inovação e empregabilidade.

Que mensagem deixaria aos líderes empresariais que ainda não investem neste tipo de iniciativas? A formação de jovens não é um custo, é uma decisão estratégica. Quem investir hoje no talento jovem estará mais preparado para competir amanhã. O ADN TIS é prova disso.