A Câmara de Negócios Agrícolas da África do Sul aumentou as suas previsões de exportações de milho para 1,85 milhões de toneladas na campanha de comercialização de 12 meses até ao final de Abril de 2025, segundo Wandile Sihlobo, economista-chefe da Câmara.
Citado pela Bloomberg, Wandile Sihlobo explica que o aumento previsto poderá contribuir para atenuar a escassez de oferta em países como o Zimbabué e a Zâmbia, que viram as suas colheitas dizimadas por uma seca desencadeada pelo fenómeno meteorológico El Niño.
“Isto deixa mais milho nas regiões do norte para ser exportado para os países do norte”, explica o economista, sublinhando que “o milho branco, utilizado principalmente para consumo humano na África Austral, deverá representar cerca de 1,2 milhões de toneladas do grão exportado, enquanto o restante será de milho amarelo”.
Entretanto, embora este valor represente um aumento de 28% em relação à previsão de Junho, de 1,44 milhões de toneladas, continuará a ser o mais baixo dos últimos cinco anos, uma vez que a colheita da África do Sul diminuiu um quinto, de acordo com dados da Bloomberg.
A África do Sul já exportou 600 mil toneladas de milho desde o início de Maio, das quais 66% são da variedade branca, segundo o South African Grain Information Service – empresa de recolha, tratamento, análise e distribuição atempada de informações agronómicas fiáveis.
Os dados indicam que mais de metade desse volume foi enviado para o Zimbabué, que viu a sua colheita cair cerca de dois terços.
“É provável que o país importe 350 mil toneladas de milho amarelo na temporada de comercialização, sendo que 135 mil já chegaram da Argentina e do Brasil”, sublinha Wandile Sihlobo, explicando que as importações da América do Sul serão destinadas aos produtores de aves de capoeira da costa sul-africana.
De acordo com a Bloomberg, o milho amarelo argentino é negociado a cerca de 188 dólares a tonelada, em comparação com os 236 dólares na Bolsa de Futuros da África do Sul para o grão local. Aliás, diz que muitas vezes é mais barato enviar o milho para os portos sul-africanos do que para os compradores por via rodoviária do norte do país.
