A África do Sul ultrapassou a Nigéria para se tornar no maior importador de gasolina de África, sinalizando uma grande mudança na dinâmica do comércio energético do continente.
O relatório da consultora de energia para o Sector Petrolífero e de Gás em África (CITAC na sigla em inglês) revela que os volume de importação de combustível da Nigéria caíram drasticamente no primeiro trimestre de 2025, destacando o impacto transformador da refinaria Dangote.
De acordo com o estudo, a Nigéria importou 3,1 milhões de toneladas de produtos petrolíferos refinados durante os primeiros três meses do ano, um declínio significativo em comparação com anos anteriores. Em contraste, a África do Sul importou 4,2 milhões de toneladas no mesmo período.
Este desenvolvimento marca um ponto de viragem para a Nigéria, que durante anos foi classificada como o maior importador de gasolina de África, apesar de ser um dos maiores produtores de petróleo bruto do continente.
A transição da forte dependência de importações para quase auto-suficiência foi atribuída a reformas recentes no sector petrolífero da Nigéria, principalmente o início das operações na refinaria Dangote, a maior de África, bem como o estabelecimento de várias refinarias modulares em todo o país.
Estas instalações aumentaram significativamente a capacidade de refinação doméstica da Nigéria nos últimos meses, reduzindo a dependência do país em relação ao combustível importado.
Apesar da sua riqueza petrolífera, a Nigéria há muito que luta com refinarias de baixo desempenho e sistemas ineficientes de subsídios aos combustíveis, que interromperam as cadeias de abastecimento locais e forçaram o país a importar a maior parte dos seus produtos petrolíferos refinados.
As recentes reformas visam inverter esta tendência, fortalecendo a produção local de refinação e melhorando a auto-suficiência energética.
Entretanto, os crescentes níveis de importação da África do Sul estão a ser impulsionados pela procura consistente de combustível, juntamente com as restrições contínuas no sector doméstico.
O encerramento das principais refinarias e os atrasos na modernização das instalações limitaram a produção local, tornando as importações essenciais para satisfazer a procura.
As trajectórias contrastantes dos dois países destacam mudanças mais amplas no panorama energético de África, onde o investimento em infra-estruturas de refinação e reformas políticas estão a começar a redefinir padrões comerciais de longa data.

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