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ÁFRICA DO SUL. Empresas, polícia e comunidade cooperam para combater actividades ilegais no sector mineiro

André Samuel
6/2/2024
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Foto:
Carlos Aguiar

As mineradoras desenvolvem investigações independentes com a participação da comunidade para prover informações cruciais para as autoridades policiais.

A África do Sul registou cerca de 600 mil actividades minerais ilegais nas últimas duas décadas, com forte impacto económico e social, revelou o representante da Harmony Gold, Mashego Mashego.

O gestor revelou hoje, durante a Conferência de Imprensa sobre o Papel das Empresas Mineiras no Combate à Corrupção e Crimes, que, para conter a escalada das actividades ilegais, a companhia adoptou uma estratégia que consiste em três etapas. 

“Primeiro, olhámos para nós mesmos, fizemos o trabalho de casa, registando, biometricamente, cada funcionário que entra para a zona de exploração. E, de igual modo, conscientizámos todos a denunciar qualquer acto suspeito”, avança.

O passo seguinte consistiu em trabalhar com a comunidade, alertando para os efeitos nocivos para a economia local, para a segurança dos postos de trabalhos e o impacto para as famílias.

“Com esse envolvimento, foi possível identificar e desencorajar inúmeros infractores”, destaca.

Por fim, foi reforçar a cooperação com a polícia e as autoridades locais, atendendo às limitações destas e trabalhar em soluções comuns.

Por seu turno, Stephem Bullock, representante da Ango American Platinium, que, igualmente, participou da conferência à luz do Investing African Mining Indaba na África do Sul, informou que as operadoras desenvolvem investigações independentes, identificando pontos de estrangulamento para a posterior colaboração com as autoridades policiais.

“Entendemos que a polícia nem sempre está à altura do desafio, face à dinâmica em que este tipo de crime acontece, pelo que, para além de fazermos a nossa parte na investigação, também aconselhamos sobre os avanços e o modelo de capacitação que devem ter”, refere Stephem Bullock.

Relata que, anteriormente, os criminosos eram postos em liberdade após morosidade do processo judicial, ou através do pagamento de uma multa correspondente ao crime de invasão de propriedade, mas, hoje, este cenário melhorou e já se observam algumas punições por actividade económica ilegal.

Questionado sobre a existência de uma máfia e casos de extorsões, Werner Duvenhage, representante da Richard Bay Minerals, revela que se trata, sim, de um crime organizado, desde a cadeia de produção, transporte e comercialização no exterior. Neste sentido, têm auxiliado as autoridades com investigações particulares com a forte colaboração da comunidade.

“Também desenhamos possíveis cenários e nos preparamos para situações realmente desafiadoras” conclui.