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África Subsariana: Angola e Zimbabwe registam maior depreciação das moedas face ao dólar - Boletim

Victória Maviluka
14/8/2024
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Foto:
DR

SADC configura-se como a região com a “menor taxa de crescimento média”, observando um resultado de 1,77% para as suas três principais economias.

Angola e Zimbabwe fazem parte do grupo de países da África Subsariana cujas políticas monetárias restritivas adoptadas pelas suas autoridades bancárias não foram capazes de travar a marcha da depreciação das suas moedas face ao dólar norte-americano no último trimestre de 2023, conclui o Boletim Conjuntura Económica Regional, a que a revista Economia & Mercado teve acesso em exclusivo.

O documento, elaborado por um grupo de especialistas angolanos, maior parte dos quais formados em Economia, sublinha que a política monetária restritiva adoptada pelos principais bancos centrais dos países da África ao Sul do Saara “tem feito estabilizar” as taxas de câmbio na maior parte das economias, “com excepção de Angola e do Zimbabwe, que observaram uma maior depreciação das suas respectivas moedas face ao dólar norte-americano”.

Sob o título ‘Tendência dos blocos económicos em relação a Angola’, a pesquisa refere que o crescimento económico se revelou “mais favorável” para o bloco económico do COMESA (Mercado Comum da África Oriental e África Austral), cujo taxa média de crescimento do PIB trimestral das três principais economias foi de 5%, contra os 4,5% das três principais economias da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).

Já em relação à SADC, zona regional africana de que Angola faz parte, o boletim descreve que se configura como a região com a “menor taxa de crescimento média”, observando um resultado de 1,77% para as suas três principais economias.

“Não obstante a tendência de recuperação do quadro macroeconómico das principais economias, ainda existe uma tendência cinzenta para os próximos períodos, cujo destaque recai para: (i) Inflação que ainda se encontra bastante elevada; (ii) Pressões cambiais significativas; (iii) Factores de vulnerabilidade da dívida pública fruto do aumento das taxas de juros a nível interno e externo e (iv) Rendimentos per capita bastante reduzidos”, aponta o relatório.

Os autores da pesquisa recordam que os meses de Outubro, Novembro e Dezembro de 2023 se traduzem num período “de contexto de estresse” para as principais economias dos blocos económicos regionais da África Subsariana. 

As consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, observam os especialistas no estudo, “ainda prevalecem” sobre os níveis dos preços que têm levado a uma “postura monetária hawkish” por parte dos bancos centrais das principais economias dos blocos regionais, de modo a manter os níveis dos preços dentro da meta.

A Economia & Mercado inaugura, assim, uma série de artigos a serem extraídos do Boletim do IV Trimestre de 2023 Conjuntura Económica Regional, elaborado por Hamilton Fernando, Patrícia Jovita Miguel, Isaías Lukeny Tony, Paulino Cavala e Ariclenes da Silva.