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Agência Francesa de Desenvolvimento financia projectos agrícolas em mais de 150 milhões de euros

Agostinho Rodrigues
3/3/2023
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Foto:
DR

A Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) está a financiar projectos estruturais no sector agrícola para ajudar o Executivo a acelerar a diversificação

Estes projectos estão voltados a criação de empregos decentes nas zonas rurais, promovera auto-suficiência alimentar do país em parceria com o Banco Mundial, a União Europeia, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

A AFD Angola apoia a agricultura comercial de pequena escala e reforça a resiliência dos pequenos proprietários.

Neste particular, está a apoiar a política de diversificação económica do paísa través de um projecto que visa aumentar a produção, a produtividade agrícola e o acesso aos mercados das pequenas e médias empresas agrícolas individuais e organizadas (cooperativas, associações) e das PMEs de transformação oucomércio. Através deste empréstimo ao Executivo co-financiado pelo Banco Mundial, a AFD está a financiar infra-estruturas rurais ao mesmo tempo que desenvolve o acesso dos agricultores ao financiamento bancário e trabalha na estruturação dos sectores agrícolas que são prioritários para o Executivo: milho, feijão, soja, café, aves, ovos, mandioca, batata rena e batata-doce. O projecto permitirá a três mil agricultores, incluindo 900 mulheres, adoptar tecnologias agrícolas melhoradas e a 5 000 agricultores, incluindo 1 500,a aceder a serviços e bens agrícolas. O projecto opera nos dois principais corredores na parte norte do país, que ligam as principais áreas de produção agrícola do país com a grande bacia de consumo de Luanda. Estes corredores incluem também as áreas com maior potencial agro-ecológico.

Reforço da resiliência dos pequenos proprietários

Neste projecto a AFD está a co-financiar com o FIDA um projecto de apoio à agricultura familiar, que está alinhado com os objectivos do Executivo, o combate a subnutrição, reduzir as desigualdades territoriais e a pobreza nas zonas rurais, apoiando a melhoraria da produtividade e dos rendimentos das pequenas explorações familiares. Estas últimas exploram 92% das terras cultivadas do país e representam mais de 80% da produção agrícola do país, que se destina principalmente ao autoconsumo ou à venda através de canais informais.

Ao reforçaras capacidades das instituições de apoio aos produtores, mas também ao apoiardirectamente os produtores através de assistência financeira e desenvolvimentode capacidades (particularmente em relação à resiliência às consequências dasalterações climáticas), a AFD espera contribuir para o aumento do nível de vidae das necessidades nutricionais.

Quarto maior exportador de café

A produção de café em Angola tem uma longa história ligada ao período  colonial, que colocou o país entre os quatro maiores exportadores de café do mundo, até 1980. O período de guerra civil após a independência perturbou os circuitos comerciais desta matéria-prima e desestabilizou os serviços de apoio do Estado a este sector, provocando o colapso da produção de café (220.000 toneladas produzidas em 1973, contra 6.000 em 2021).

O projecto de revitalização da cadeia de valor do café, implementado pela AFD, com 9 milhões de euros de financiamento delegado da União Europeia, irá estabelecer os pilares para o desenvolvimento de um sector sustentável e eficiente, baseado na produção familiar de café: Reforço do Instituto Nacional do Café e dos seus serviços de aconselhamento aos produtores; Estruturação das organizações de produtores e reforço da capacidade dos actores da cadeia de valor do café para conduzir agarantia de qualidade, certificação e rastreabilidade; Promoção e facilitação das exportações de café. Este projecto visa reavivar esta cultura através da promoção das especificidades do café angolano, em particular o café Robusta, que é indígena das florestas do norte de Angola, e vem em várias variedades (Ambriz, Amboim, Cazengo, Macocola) com as suas próprias qualidades organolépticas, e que tem mantido uma excelente reputação entre os torrefactores europeus. Ao apoiar os jovens agricultores e as mulheres a empenharem-se na cultura sustentável e resiliente do café, a AFD está a ajudar o país a reconectar-se com esta cultura emblemática.

Sustentabilidade do sector e o apoio à formação profissional

O sistema de ensino técnico e formação profissional no país foi bastante danificado pela guerra civil, o que resultou na dilapidação da maior parte das suasinfra-estruturas. Angola tem apenas 12 Institutos Técnicos Agrários (ITAs) operacionais para satisfazer as necessidades de formação das 1,9 milhões de explorações agrícolas do país. A AFD quis aproveitar a história de cooperaçãoentre a França e Angola para propor um projecto estruturante que permitisse financiar ambos: Investimentos para melhorar todos os ITAs em termos de edifícios e equipamento

Reformas através do reforço da cooperação técnica franco-angolana (reformulação do conteúdo dos currículos, formação de formadores, melhoria da gestão do sistema de formação, procura de um modelo económico mais equilibrado para os ITAs,etc.). Este projecto PAFAR - Projet d’Appui à l’Enseignement et à la Formation Agricole Professionnelle (35M EUR) - tem como objectivo apoiar uma profunda reforma da formação profissional agrícola do país, como por exemplo, satisfazer as necessidades do sector empresarial agrícola para o desenvolvimento de competências e melhor a empregabilidade da mão-de-obra, com conteúdos educativos atraentes e oportunidades para os jovens. Visa apoiar quase 6 000 jovens de ambos os sexos no sector agrícola, proporcionando-lhes formação de boa qualidade em práticas agrícolas amigas do ambiente e para enfrentar os desafios das alterações climáticas, de modo a reduzir a insegurança alimentar e a pobreza rural.

Contudo, a União Europeia aderiu ao projecto como parte da iniciativa Team Europe, com uma doação de 5 milhões de euros à AFD para reforçar as componentes de género (bolsas de estudo, qualidade das condições materiais de formação e integração profissional das jovens) e nutrição.

A AFD acompanha o Executivo na realização dos seus objetivos de diversificação econômica (PND), de desenvolvimento inclusivo e sustentável (ODS) e de adaptação e mitigação das mudanças do clima (Acordo de Paris).

Leia também sobre a visita do Presidente de França-Angola. Uma relação para o futuro (economiaemercado.co.ao)

Saiba mais sobre o sector agrícola em (11) (AO VIVO) V CONFERÊNCIA E&M SOBRE AGRICULTURA - YouTube