Angola deve ter uma atitude mais rigorosa para defesa da pesca, apelou o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, em declarações aos jornalistas, durante a III conferência E&M sobre Economia Azul “O cluster do mar para além do petróleo”, recentemente realizada em Luanda.
O presidente da AIA denunciou ainda a existência de muitos crimes no mar sobretudo na costa. “Na Austrália quem pesca ilegalmente quer seja estrangeiro eles tiram a tripulação metem no avião mandam de regresso a sua pátria e afunda o navio”, exemplificou.
Em Angola, continuou, aplica-se multa. “É necessário que tenhamos uma atitude mais rigorosa para defesa do nosso património a pesca que é um grande empregador”.
“O País tinha um TAC que vale pelo menos cerca de 1,8 mil milhões de USD e hoje está a 25% porque as frotas estrangeiras as vezes com o apoio de alguns angolanos defraudaram a riqueza”, lamentou.
De acordo com o responsável da AIA, falta uma fiscalização mais apurada, assertiva e regulamentação para se punir quem comete crimes ambientais ao longo da costa.

José Severino entende que o direito tem que subordinar os direitos de soberania senão não é possível porque tem-se visto caçadores que matam 14 elefantes, 11 hipopótamos. O que é que acontece aos cidadãos inclusive até estrangeiros? Questionou.
Sobre o hidrogénio verde que o ministério dos recursos minerais está a desenvolver, José Severino afirmou que Angola tem todas as condições de ser um grande produtor e exportador do hidrogénio verde porque possui muitos componentes que são a energia e água.
“Vamos ter uma unidade na Barra do Dande que vai permitir modernizar o sistema dos nossos navios mesmo das máquinas dos portos deixarem de usar diesel e passarem a usar hidrogénio verde”, disse.
Quanto a reflorestação, o homem forte da AIA defendeu que não se pode pensar nos resultados daqui a 10 ou 15 anos porque as árvores crescem num período de cinco anos que poderão fornecer o material para a substituição da importação do papel.
“Quando vimos um papel feito em Angola, a produção é com material importado, mas já tivemos celulose em Catumbela já fomos autossufientes em papel. Angola gasta cerca de 400 milhões de USD na importação em papel por exemplo para fazer livros plásticos, embalagens”.
José Severino afirma que o País tem todas as condições para ser forte na liderança daquilo que é a condição ambiental, tem a energia eólica, solar sobretudo a energia solar temos sol e banir cada vez mais o diesel.