O presidente da Associação das Empresas Contratadas da Indústria Petrolífera Angolana (AECIPA), Bráulio Brito, elucidou que o conteúdo local não é só o enquadramento, a formação e o desenvolvimento do pessoal angolano, mas também a criação de capacidade técnica e tecnológica do país, que permitam que as empresas da indústria petrolífera se tornem mais competentes, autónomas e possam ter a integridade da cadeia de valores.
“Ainda vemos uma componente estrangeira muito presente, embora essa componente seja importante para termos a transição e o suporte ao desenvolvimento tecnológico, é importante que nós também como empresas angolanas possamos acompanhar esse crescimento tecnológico, e nós não estamos lá”, referiu.
O responsável que declarava à E&M, na 37ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA), a decorrer na Zona Económica Especial, lamenta a falta de investimentos no sector dos serviços petrolíferos. Para isso, defende que a criação de um bom ambiente de investimento só poderá acontecer se tiver um suporte financeiro robusto.
“Nós ainda estamos num ambiente incipiente de abordagens, ainda não conseguimos, na realidade, sentir um apoio efectivo por parte da banca comercial no nosso subsector, o sector dos serviços da indústria petrolífera”. Acrescenta “Mas, para além da banca, nós temos estado e vamos continuar a buscar também outros mecanismos de financiamento para que possamos, na realidade empoderar as nossas empresas, porque, só assim, é que podemos crescer. A essência do conteúdo local é o poderio financeiro, porque sem isso não vamos ter nunca um conteúdo local robusto, capaz de crescer e ter sucesso nesse desafio”, descreve.
Bráulio Brito é de opinião que os países africanos produtores de petróleos, particularmente Angola, tenham uma abordagem mais cautelosa, em relação a transição energética. Defende, no entanto, que não se pode entrar nesta onda de transição energética sem primeiro assegurar que os recursos que temos hoje estejam devidamente canalizados.