O número de propostas aprovadas pelas Agência de Investimentos e Promoção das Exportações (AIPEX),desde Agosto do ano passado a 15 de Abril deste ano, é de 118, o que representa 750 milhões de dólares em investimentos privados, segundo a administradora-executiva daquela instituição, Sandra Santos.
Em declarações a jornalistas, à margem do ciclo de conferências “Moldar o Futuro - O Caminho para Diversificação”,promovido pela Ernst Young (EY) em Luanda, Sandra Santos revelou que alguns projectos estão já em curso e têm três meses de carência para começarem serem fiscalizados por forma a aferir se realmente estão a cumprir com o que se propuseram realizar.
A indústria transformadora, o comércio e a agricultura destacam-se entre as propostas aprovadas. Do total de projectos, 118, espera-se a criação de sete mil postos de trabalho, segundo a responsável da AIPEX.
A nova Lei do Investimento Privado está a criar “um ambiente de negócios mais favorável para atrair investidores”,afirmou Sandra Santos, sendo que o repatriamento de capitais aos países de origem, “uma das reticências” que afastava investidores, está salvaguardo.
A conferência “Moldar o Futuro - O Caminho para Diversificação” juntou especialistas de diversos sectores economia que discutiram um dos eixos estratégicos do Governo Angola, a diversificação da economia, a substituição das importações para as exportações e a atracção do investimento estrangeiro.
Angola, em termos de ambiente de negócio,ainda está aquém do esperado, segundo os números apresentados pela EY. “Não é possível capitalizar uma economia dependente do Estado. Não faz sentido um país viver das importações, em mais de 90 % de um único produto, o petróleo, que tem um preço flutuante”, referiu o responsável da EY, Carlos Basto.
Por sua vez, o Governo, por intermédio da AIPEX, defendeu-se, argumentando que o executivo, de João Lourenço está a criar medidas e políticas que podem dar credibilidade a quem investir o seu dinheiro no país e ajudar na criação de emprego e de riqueza.
Angola tem de adaptar políticas atractivas que tragam investimentos, não apenas estrangeiros mas também nacional, defenderam participantes no evento. Por outro lado, é necessário descentralizar, em vez de concentrar todo investimento em Luanda.
As autarquias, na visão dos entrevistados da E&M, podem ser uma solução para dinamizar a descentralização, desde que se criem as infra-estruturas impulsionadoras de desenvolvimento. “Não é um desafio fácil, mas é possível”,referiu Carlos Basto, que insiste que “Angola não pode continuar a viver de 94%das exportações do petróleo, produto de que a China é o principal destino”.