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Alves da Rocha alerta para perda de potencial económico com força de trabalho ociosa

Adnardo Barros
20/11/2025
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Foto:
DR

O director do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) afirma, em conferência, que o país possui uma das maiores taxas de subutilização laboral do mundo.

A massiva subutilização da força de trabalho e a pobreza constituem os dois problemas estruturantes que comprometem o crescimento económico e o desenvolvimento de Angola. O alerta foi feito pelo economista Alves da Rocha durante a conferência sobre "Sistema Industrial Moderno e Desenvolvimento de Alta Qualidade".

O director do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola (CEIC-UCAN) apresentou a sua análise sobre o paradoxo angolano durante o evento organizado pela própria instituição em colaboração com a Universidade Remin da China e a Embaixada chinesa, onde destacou que o país mantém um potencial económico que permanece inexplorado na forma de mão-de-obra subutilizada. 

De acordo com o especialista, esta ociosidade da força laboral representa uma das taxas mais elevadas do mundo. Contudo, neste problema reside uma oportunidade única. "Havendo ali, nesta desutilização da mão-de-obra, um potencial enorme de crescimento do produto interno", afirmou Alves da Rocha. Para transformar este potencial em riqueza real, são necessários investimentos maciço e a mão-de-obra qualificada.

O diagnóstico do director do CEIC-UCAN vai além da simples criação de postos de trabalho. O cerne da questão, salienta, está na qualidade do emprego gerado. "O problema está na qualidade do emprego e, quando se fala na qualidade do emprego, fala-se no salário", explicou. Os baixos salários, por sua vez, impactam directamente o consumo privado, que é um dos principais motores do crescimento de qualquer economia.

O ciclo é claro. Sem crescimento económico qualificado, não é possível combater a pobreza e o desemprego de forma eficaz. A solução, defende o economista, deve passar por uma estratégia que vise não apenas números no PIB, mas a melhoria concreta da vida dos cidadãos.

Para que este crescimento seja efectivo e inclusivo, Alves da Rocha reforçou a necessidade de uma redistribuição justa do rendimento nacional, que considere também as assimetrias regionais. "Nós muitas vezes esquecemos da questão da regionalização da economia, a questão das autarquias, a questão da descentralização", alertou durante a sua intervenção.