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Angola e Nigéria na vanguarda da revolução energética em África

Adnardo Barros
9/6/2025
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Foto:
DR

O relatório da África Finance Corporation (AFC) prevê que capacidade de refinação no continente pode atingir 90% da procura, reduzindo drasticamente as importações.

Angola e Nigéria estão a emergir como os motores da transformação energética em África, segundo o relatório sobre o Estado da Infra-Estrutura de África 2025, divulgado pela África Finance Corporation (AFC).

O relatório coloca Angola no centro desta revolução, destacando o seu potencial para atrair investimentos e impulsionar a produção regional. O país, que já é um dos maiores exportadores de crude de África, está a desenvolver projectos de refinação que podem consolidar a sua posição como centro energético da África Central e Austral.

O estudo destaca também a Refinaria Dangote, na Nigéria, como o projecto mais emblemático desta mudança. Inaugurada em Maio de 2023, a estrutura maior de África, com capacidade para processar 650 mil barris por dia poderá redefinir não apenas o mercado nigeriano, mas todo o panorama energético continental.

Além da Dangote, a reactivação das refinarias estatais da Nigéria está em curso e deverá reforçar a autonomia do país. Se geridas com eficiência, estas infra-estruturas podem reduzir a dependência africana de importações de 55% para apenas 10%, segundo a AFC.

Com a Nigéria a liderar pelo exemplo e Angola a ganhar relevância, a AFC acredita que o continente está no caminho certo para reduzir a dependência externa. Se os investimentos forem bem executados, África poderá, dentro de alguns anos, controlar a maior parte da sua cadeia de abastecimento energético, um marco histórico para a sua economia e soberania.

Para alcançar este potencial, a AFC recomenda uma estratégia de investimento duplo. Em primeiro lugar, são necessários cerca de 16 mil milhões de dólares para modernizar as refinarias existentes, uma medida que melhoraria a qualidade do combustível e reduziria as importações.

Em segundo lugar, projectos greenfield, como os da Nigéria e Angola, são fundamentais para satisfazer a procura a longo prazo e consolidar a independência energética futura.

Estes investimentos deverão também enfrentar os desafios nas redes de transporte e distribuição, incluindo oleodutos, caminhos-de-ferro e infra-estrutura portuária. O relatório sublinha que qualquer nova infra-estrutura energética deverá ser suficientemente resiliente para suportar futuras transições energéticas.