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Angola integra grupo de países com taxas de electrificação mais baixas do mundo

Victória Maviluka
17/6/2024
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Foto:
DR

Angola aparece na 13.ª posição da lista dos 18 países africanos que integram o grupo de 20 Estados no mundo com taxas de electrificação mais baixas.

Não obstante o propalado excedente na produção de energia eléctrica, Angola encontra no transporte e na distribuição um ‘calcanhar de Aquiles’ para alcançar uma maior cobertura de electrificação. É, aliás, por isso, que o País, apesar desta capacidade de produção eléctrica, consta do grupo dos 20 Estados no mundo com taxas de electrificação mais baixas, como espelha o recente relatório da Agência Internacional de Energia (AIE).

Com cobertura de 48% de electrificação, Angola aparece na 13.ª posição da lista dos 18 países africanos que integram o grupo de 20 Estados no mundo com taxas de electrificação mais baixas.

Acima de Angola, segundo maior produtor de petróleo do continente, estão países como Mali (53%), Etiópia (55%), Nigéria (60%), Sudão (63%) e Quénia (76%). 

Segundo a pesquisa, citada pela imprensa marroquina, apenas dois países não africanos estão entre os 20 países menos electrificados do mundo: Birmânia, no 18.º lugar, e Paquistão (20.º).

Por conseguinte, o estudo refere que África é o continente menos electrificado do mundo. Países como Egipto e Marrocos são raras excepções de Estados africanos com cobertura de electrificação de 100%. 

Mais de 571 milhões de africanos não têm acesso à electricidade, apesar dos esforços feitos nos últimos anos por vários países do continente e das inúmeras potencialidades que o continente tem para produzir electricidade como petróleo, gás, carvão, hidroelectricidade, para não falar do potencial excepcional oferecido pelas energias renováveis: energia solar, eólica e geotérmica - observa a pesquisa.

Acrescenta que, devido ao crescimento demográfico mais rápido do que os investimentos energéticos, o número de pessoas sem acesso à electricidade em África aumentou nos últimos anos, de 566 milhões em 2010 para 571 milhões em 2022.

Só a região da África Subsaariana, de que Angola faz parte, é responsável por 83% das pessoas sem acesso à electricidade no mundo, em comparação com 50% em 2020.

Muita produção, fraca distribuição

Angola atingiu, nos últimos anos, um crescimento significativo da sua capacidade instalada de produção de energia eléctrica e passou de 2,4 para 6,2 Giga Watts, informou, no final de Abril último, o ministro da Energia e Águas.

Ao discursar durante a 14.ª Assembleia da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA), que decorreu em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, João Baptista Borges explicou que, em 2015, a taxa de produção de energia subiu para 6,2 GW, tendo os 39% de geração hídrica catapultado para cerca de 60%, a geração térmica declinada de 61%, em 2015, para cerca de 36% em 2023.

Referiu, na ocasião, que as “acções estratégicas” do sector se reflectiram no aumento da taxa de electrificação para 43%, um percentual, entretanto, relativamente abaixo dos 48% agora divulgados pela Agência Internacional de Energia (AIE).