O Executivo angolano afirma que, após o País construir uma “sólida reputação internacional” como produtor petrolífero offshore, o tempo chegou de voltar a olhar mais para dentro, para a terra firme, com exploração do potencial “ainda subaproveitado” das bacias interiores, sem que esta aposta coloque em causa interesses ambientais, assegurou o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.
Diamantino Azevedo referiu, durante a abertura do Fórum de Exploração Onshore 2025, que decorre entre 5 e 6 de Junho, em Luanda, numa organização da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), que, apesar de Angola ter olhado, durante décadas, para a exploração petrolífera no mar, as bacias interiores não foram esquecidas.
“São parte do futuro da indústria de hidrocarbonetos em Angola. Este fórum técnico não é apenas mais um evento no calendário. É uma convocatória, uma chamada à acção. Queremos discutir, sim, mas queremos mais do que isso; queremos respostas práticas, visões ousadas, decisões concretas”, apelou o governante aos operadores do sector presentes no evento.
Informou que a ANPG, enquanto concessionária nacional, tem vindo a criar as condições para que o relançamento da exploração offshore aconteça, através de programas com transparência, com dados, com estratégia. Acrescentou que o seu pelouro decidiu promover o referido fórum com “um propósito claro: continuar o diálogo, partilhar conhecimento, alinhar vontades e avançar com confiança”.
“Mas, ao mesmo tempo que falamos de exploração e desenvolvimento, temos, também, a responsabilidade de reconhecer outra realidade: algumas das nossas bacias interiores situam-se em zonas ambientalmente sensíveis, e Angola leva isso muito a sério”, sublinhou Diamantino Azevedo.
Recordou que, no âmbito desta preocupação, foi aprovada a legislação ambiental específica para actividade petrolífera nestas áreas: “Não se trata de criar obstáculos. Trata-se de afirmar uma visão: é possível explorar com responsabilidade, proteger com rigor e crescer com equilíbrio”.

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás precisou que, hoje, a sustentabilidade “não é um apêndice, é parte da estratégia”, afirmando que o que o Executivo pretende é que cada investimento em terra firme seja, igualmente, um compromisso com a preservação do património ambiental e social.
“Vamos ouvir, nestes dois dias, apresentações robustas, debater regulamentação em áreas sensíveis, discutir o acesso à terra, às comunidades, aos dados; vamos mergulhar nas tecnologias do processamento sísmico, nas ferramentas que nos permitam fazer mais com menos e nas formas como podemos integrar conhecimento antigo com a inovação de ponta. Estamos a trabalhar com novos dados, com abordagem mais inteligente, com equipas cada vez mais multidisciplinadas”, afirmou.