IFC Markets Live Quotes
Powered by
3
1
PATROCINADO

Angolanos gastam em média 7 horas e 21 minutos por semana nos trajectos casa-trabalho

Adnardo Barros
3/6/2025
1
2
Foto:
DR

Os homens passam mais tempo nestes trajectos (8 horas e 18 minutos) comparativamente às mulheres (7 horas e 21 minutos).

Um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o"Uso do Tempo" da população trabalhadora angolana revelou dados acerca do tempo perdido em deslocamentos diários no trajecto casa-trabalho.

Segundo a pesquisa, os cidadãos gastam em média 7 horas e 21minutos por semana apenas no trajecto entre casa e trabalho, com variações significativas consoante a região, género e idade.

As disparidades geográficas são particularmente marcantes. Nas áreas urbanas, onde os congestionamentos são mais frequentes, a população despende em média 7 horas e 29 minutos semanais nestes deslocamentos, valor ligeiramente superior ao registado nas zonas rurais (6 horas e 55 minutos).

Contudo, as diferenças mais acentuadas surgem quando analisamos os dados por província. Benguela emerge como a região mais afectada, com uma média de 19 horas e 35 minutos semanais - o equivalente a quase metade de uma semana de trabalho dedicada apenas a deslocações.

No extremo oposto, Cunene apresenta a situação mais favorável, com meros 45 minutos semanais.

A análise por género revela outra dimensão de desigualdade. Oshomens passam mais tempo nestes trajectos (8 horas e 18 minutos) comparativamente às mulheres (7 horas e 21 minutos).

Esta diferença pode reflectir distintos padrões de mobilidade laboral entre géneros, com os homens a aceitarem empregos mais distantes ou em sectores com horários menos flexíveis.

Quanto à distribuição etária, os trabalhadores entre os 45 e49 anos surgem como o grupo mais penalizado, com um tempo médio semanal de 8horas e 41 minutos.

Os jovens entre 25-29 anos, por seu turno, beneficiam do menor tempo de deslocação (6 horas e 22minutos), facto que pode estar relacionado com maior flexibilidade laboral ou preferência por residências próximas dos locais de trabalho.

O relatório do INE evidencia ainda contrastes na distribuição geográfica deste fenómeno. Enquanto nas províncias do Uíge e Huambo cerca de três quartos da população activa enfrenta regularmente estes trajectos, em Malanje e Moxico essa percentagem não ultrapassa os 20%.

O economista que pediu anonimato explica que estes números revelam um custo   enorme para a economia. “O tempo perdido em transportes representa perda de produtividade, cansaço acumulado e redução daqualidade de vida familiar", conclui.