A selecção nacional sénior masculina de basquetebol conquistou, neste domingo, o 12.º troféu continental ao derrotar o Mali por 70-43, na final disputada no Pavilhão Multiusos do Kilamba, que encerrou a 31.ª edição do Campeonato Africano das Nações (Afrobasket).

Com uma campanha invicta de seis vitórias, a equipa recuperou o título continental, que não conquistava desde 2013 (Costa do Marfim) e cimentou o estatuto de maior potência do basquetebol em África.

A caminho da final, a equipa treinada por José Canais de Claros foi implacável. Na fase de grupos, venceu a Guiné (84-68), Sudão do Sul (66-64) e a Líbia (85-53). Nos quartos-de-final, eliminou Cabo Verde (90-80) e numa meia-final disputada, garantiu a victória sobre os Camarões por 74-73.

A equipa nacional foi avassaladora ao longo de toda a competição, somando um total de 469 pontos (média de 78,2 pontos por jogo), com uma percentagem de 46,9% nos lançamentos de dois pontos e 28,5% nos triplos.

Childe Dundão, o 'cérebro' da conquista

Individualmente, o base Childe Dundão, jogador do Petro de Luanda, foi eleito o MVP (melhor jogador) do torneio. Com médias de 15,7 pontos e 5,8 assistências em 30,8 minutos por jogo, confirmou-se como o 'cérebro' e o 'coração' da equipa. Dundão integrou o cinco ideal do Afrobasket 2025, juntamente com o poste Bruno Fernando (ex-NBA, agora ao serviço do Real Madrid de Espanha), que também foi incluído na selecção dos melhores do torneio, com médias de 7,8 pontos e uma presença dominante no garrafão.

O sucesso angolano não assentou num único homem. Outros contributos chave incluíram Selton Miguel (10,7 pontos), Abou Gakou (8,5 pontos) e a profundidade do banco com Milton Valente (7,5 pontos), Jilson Bango (6,3 pontos) e Kevin Kokila (6,2 pontos). A dupla de bases Dundão e Gerson Gonçalves (4,2 assistências) garantiu um ataque fluído e imprevisível, desmontando as defesas adversárias.

Contributos limitados

Alguns jogadores estiveram abaixo do esperado. João Fernandes, com apenas 1,3 pontos em 6,4 minutos médios, e Braz Machi (2,5 pontos em 15,6 minutos) tiveram um impacto reduzido. Eduardo Francisco, com oportunidades limitadas (7 minutos), também não capitalizou o seu tempo de jogo, registando 3,5 pontos e zero assistências. Jilson Bango registou 6,3 pontos, viu o seu contributo condicionado por uma lesão sofrida no confronto com Cabo Verde. Kevin Kokila (6,2 pontos) e Sílvio Sousa (5 pontos) completaram os principais aportes da equipa.

O torneio contou com 16 selecções, foi disputado nas cidades de Luanda e Moçâmedes. O Mali, a surpresa da competição, alcançou a sua primeira final mas não conseguiu conter o poderio angolano. Numa repetição do pódio de 2021, o Senegal conquistou o terceiro lugar ao derrotar os Camarões no jogo de consolação, marcando a terceira vez consecutiva que termina com a medalha de bronze.