A abertura do conclave dos camaradas foi marcada pelo “silêncio ensurdecedor” provocado pela ausência inédita do presidente imérito do partido, José Eduardo dos Santos, figura que em nenhum momento da sessão foi mencionada.
Em sentido contrário, de acordo com a Lusa, foi sonante as homenagens a várias figuras históricas do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido que governa o país desde 1975, entre eles músicos com intervenção política na luta de libertação.
O líder e candidato à presidência do MPLA reiterou ontem, quinta-feira, 9, em Luanda, o combate à corrupção, manifestando-se optimista quanto a renovação da confiança depositada pelo eleitorado angolano em 2022.
Neste sentido, também foi sonante no discurso de João Lourenço, que concorre sozinho à sua sucessão no VIII congresso ordinário, que termina amanhã, sábado, 11, que destacou o combate à corrupção que Angola, sob direcção do MPLA, leva a cabo uma luta contra este fenómeno e a impunidade para a moralização da sociedade.
"Neste dia 09 de Dezembro, consagrado como dia de luta contra a corrupção, reiteramos a determinação da sociedade, do Executivo e da Justiça angolana em combater a corrupção e do nosso empenho de recuperar os activos ilicitamente adquiridos onde quer que se encontrem", sublinhou o candidato, discursando na cerimónia de abertura do VIII congresso ordinário do MPLA.
De acordo com a agência portuguesa de notícias, João Lourenço fez igualmente referência à situação económica do país, afectada pela pandemia da Covid-19 e pela crise económica mundial.
Salientou, contudo, que apesar dos constrangimentos, está optimista que os angolanos venham a renovar a confiança na liderança do MPLA, nas eleições gerais de agosto de 2022, como resultado do "trabalho, dedicação e empenho nas soluções para o país e dos cidadãos" e por tudo quanto tem vindo a ser feito para o bem-estar da população.
Neste congresso, prosseguiu o candidato, fica também a marca de que, pela primeira vez na história de Angola, um partido político alcançou a paridade do género, com o seu Comité Central dividido a meio entre homens e mulheres.
"Pela primeira vez na história da política angolana, um partido político alcança a paridade do género no seu órgão máximo de direcção e esse partido é o nosso glorioso MPLA. A partir de agora, nada mais será como antes, subimos a fasquia bem alto, que, com certeza, terá uma forte influência em toda a sociedade", frisou, destacando igualmente o rejuvenescimento da organização política, com uma proposta de 35% do seu Comité Central ser composto por jovens, entre os 18 e 35 anos.
"Assumimos o compromisso de promover as mulheres e jovens angolanos, reservando-lhes um lugar de destaque nos órgãos de direcção do nosso partido nos diferentes escalões e nas diferentes instituições do poder em Angola, no executivo, na Assembleia Nacional e na sociedade em geral", disse.