O número de empresas concorrentes foi satisfatório, segundo avançou esta semana, o diretor de Negociações da concessionária Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Hermenegildo Buila, que destacou a participação maciça de empresas nacionais.
Segundo a Lusa, entre estas destaca-se a petrolífera estatal Sonangol Pesquisa e Produção, com uma proposta para o Bloco KON 5, com uma participação de 20% como não operador e uma contribuição anual de 2,5 milhões de dólares (2,1 milhões de euros) para projetos sociais e o mesmo valor para projetos de proteção ambiental.
“Nós conseguimos medir que, efetivamente, a estratégia para esta licitação está-se a cumprir”, disse ainda Hermenegildo Buila, que foi o presidente da mesa de júri do concurso.
O diretor de Negociações da concessionária ANPG frisando que esta licitação foi preparada especificamente para permitir que pequenas e médias empresas entrem para o sector petrolífero angolano.
De acordo com a agência portuguesa de notícias, o responsável salientou que participaram 13 empresas nacionais, como operadoras e não operadoras, e de três empresas internacionais, entre as quais a MTI Energy, do Canadá, que apresentou propostas para oito blocos (CON5, CON6, KON5, KON6, KON8, KON9, KON18 e KON20, em todos como operadora, e participações de 50% e 60%, com contribuições anuais de dois milhões de dólares (1,6 milhões de euros) para projetos sociais e igual valor para projetos de proteção ambiental.
“A MTI Energy é uma empresa canadiana, com elevada capacidade técnica e financeira reconhecida internacionalmente, que manifestou interesse em participar nestas licitações, com propostas muito agressivas, esperamos que ela efetivamente entre para o sector petrolífero angolano, tornando-se futuramente um novo grande ‘player’ na exploração e produção angolano”, referiu Hermenegildo Buila.
Questionado sobre a ausência no concurso de grandes operadoras já instaladas no mercado petrolífero angolano, nomeadamente ENI, Total, BP, diretor de Negociações da concessionária ANPG considerou ser “normal, tendo em conta que a licitação foi preparada especificamente, sem restrições, para pequenas e médias empresas.
“A ENI, Total e BP são empresas que estão focadas num outro horizonte, no ‘offshore’ para blocos marítimos e a dimensão destes blocos não perfaz a dimensão destas empresas, o que não quer dizer que estas empresas não possam participar no ‘onshore’ de Angola, por exemplo temos a ENI a operar em blocos terrestres”, frisou.
Sobre a participação da Sonangol, como não operadora, o responsável explicou que é uma estratégia da empresa, que tem participação em todas as concessões petrolíferas do país, concorrendo nessa qualidade “talvez para não incrementar as suas responsabilidades”.
A maior parte das concorrentes angolanas apresentaram propostas de participação como não operadoras, o que, segundo o diretor de Negociações da ANPG, não pode ser associada à falta de capacidade financeira.