O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) conhece hoje o novo presidente, numa votação que decorre durante a reunião anual do Conselho de Governadores, composto por ministros das Finanças, governadores de bancos centrais e representantes dos 81 países membros (regionais não regionais) da instituição.
Os candidatos, já aprovados pelo Comité Director do Conselho de Governadores, apresentam visões diferentes para o futuro da instituição financeira.

Amadou Hott, do Senegal, traz na bagagem a experiência como ministro da Economia do seu país entre 2020 e 2024. O candidato senegalês tem como principal proposta o "financiamento verde para industrialização", combinando desenvolvimento económico com sustentabilidade ambiental.
Samuel Munzele Maimbo, da Zâmbia, actual director adjunto do Banco Mundial, destaca-se pela sua especialização em sistemas financeiros inclusivos. O candidato zambiano defende a criação de parceriaspúblico-privadas "sem burocracia", visando agilizar os processos de financiamento.
Pela Mauritânia, Sidi Ould Tah, actual governador do Banco Central do país, propõe avançar na digitalização dos sistemas de pagamentointra-africanos. A sua experiência em política monetária e regulação financeirareforça a credibilidade desta proposta.
Mahamat Abbas Tolli, do Chade e ex-governador do Banco dos Estados da África Central (BEAC), apresenta uma visão focada na autonomiafinanceira. O candidato defende a harmonização de impostos regionais comocaminho para reduzir a dependência de financiamento externo.
Completando a lista, a sul-africana Bajabulile SwaziTsabalala, actual vice-presidente sénior do BAD, traz a vantagem de conhecer profundamente os mecanismos internos da instituição. A sua principal promessa de campanha é triplicar os empréstimos para mulheres empreendedoras até 2030.
A eleição, que ocorre hoje, vai definir a liderança de uma das mais importantes instituições financeiras do continente, com impacto directo no financiamento de projectos de desenvolvimento em África. O vencedor necessitará obter pelo menos 50,1% dos votos ponderados do Conselho de Governadores